Bjarne Riis, em 1996, foi o único dinamarquês a vencer a Volta a França. Liderou a CSC, a Saxobank e a Tinkoff e tece, a O JOGO, numa entrevista cedida em exclusivo pela Eurosport, algumas reflexões sobre o ciclismo mundial. Diz que o corredor português da UAE deveria ter um novo desafio para a restante carreira.
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Tem vontade de voltar a liderar um grande projeto?
Sim, vejo-me a fazer isso. Não sei se acontecerá, mas gostava que acontecesse.
Foi o único dinamarquês a ganhar o Tour. O Jakob Fuglsang será o líder da Astana na prova. É possível que ele saia vencedor?
Não tem muitos anos para isso. Já tem 34, mas pode ser divertido. Antes desta temporada, achei que seria difícil para ele, mas se ele encontrar a forma que teve na primavera, quando ganhou a Liège-Bastogne-Liège, ele será um candidato, sem sombra de dúvidas.
A Dinamarca precisa de uma equipa no World Tour?
É evidente que é importante e que há espaço para isso. Seria muito excitante se isso pudesse acontecer.
Está quase a terminar o Giro. A Movistar dominou. Onde poderiam ter feito uma emboscada a Richard Carapaz?
O Roglic (Jumbo) era o grande favorito, mas não teve equipa para ele. Tinham de ter tentado sair nas montanhas, casos do Miguel Ángel López (Astana), Simon Yates (Mitchelton) e Vincenzo Nibali (Bahrain). Esperava que Yates e López tentassem mais coisas, porque estavam muito longe da geral. Faltou esses ataques nas primeiras fases das etapas.
Foi um grande ciclista. Ajudou Fignon a vencer para depois ser líder. Acha-se parecido com Geraint Thomas, que venceu o Tour o ano passado depois de anos a trabalhar para Chris Froome?
Vejo parecenças. Muitas das grandes estrelas foram gregários antes de liderar. E cada vez mais se vê isso, é um passo natural.
Se Fuglsang é o corredor de destaque na Dinamarca, em Portugal esse estatuto continua a ser de Rui Costa. Como o avalia?
É um grande ciclista. É um ex-campeão mundial, com bons resultados. Teve alguns percalços nos últimos anos e acredito que deveria procurar uma nova equipa, que lhe desse motivação e possibilidades de se desenvolver.
E Cristiano Ronaldo?
Tenho um filho de oito anos que o adora. Também gosto muito dele, é um atleta enorme.
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