Rui Costa revelou a O JOGO o desejo de regressar aos triunfos no Tour, o que conseguiu por três vezes, em 2011 e 2013. A mudança de equipa trouxe liberdade. Ao fim de seis épocas na UAE Emirates, o poveiro de 36 anos juntou-se à Intermarché-Wanty, com a qual arrancou a todo o gás. "Foi fantástico voltar às vitórias, mas eu não voltei, estive sempre cá", afiança.
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A partir de sábado, quando sair de Bilbau (Espanha) rumo a Paris (França), Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) inicia a 11.ª participação no Tour. Estreante em 2009, desse ano para cá só não esteve em 2017, 2018 e 2022, pelo que a presença do ciclista de 36 anos constitui um regresso à Grande Boucle, o que não o podia deixar mais satisfeito. A O JOGO, o campeão do Mundo de 2013 assume que gostaria de voltar às vitórias como aconteceu há dez anos (triunfos na 16.ª e na 19.ª etapas) e há 12 (na oitava).
"O sonho seria voltar a ganhar uma etapa, não posso negar. Mentiria se dissesse que não. Qual o ciclista que alinha no Tour que não gostaria de assinar uma etapa?", questiona, tendo ganho mais confiança numa época em que se mudou para a equipa belga, ao fim de seis anos ao serviço da UAE Emirates. "Tive um arranque da temporada da melhor forma. Foi fantástico voltar a sentir o sabor das vitórias. Eu não voltei, como me diziam, eu sempre estive por cá, mas com outras funções e objetivos", destaca o poveiro, que abriu 2023 a ganhar o Trofeo Calvià e a Volta à Comunidade Valenciana e com um quarto posto na Strade Bianche. Não teve o mesmo êxito na Volta ao País Basco e no Tour da Romandia - desistiu, primeiro por lesão, depois doença. Na Volta à Suíça, a Intermarché-Wanty optou pelo abandono, após a morte trágica do corredor local Gino Mader.
Apesar dos altos e baixos, Rui Costa assegura que está "cheio de vontade de dar o máximo na Volta à França" e considera que a mudança de formação "foi acertada". "Tenho mais liberdade e sinto imenso apoio aqui", reforça. Por isso, afirma que "a vitória pessoal passa sempre pelo coletivo", com a ajuda aos dois colegas africanos. "A minha equipa sonha em estrear-se numa vitória neste Tour e com um lugar no top-10. Para isso, trouxe uma equipa forte cujas estrelas são o Biniam [Girmay], que pode muito bem vencer uma etapa, e o [Louis] Meintjes, capaz de um lugar entre os dez primeiros. Tudo faremos para que este objetivo se concretize", garante.
Abandono na Suíça não ajuda
A Volta à Suíça, que conquistou três vezes, entre 2012 e 2014, era o último ensaio de Rui Costa e da Intermarché-Wanty antes do Tour - o eritreu Girmay venceu a segunda etapa -, mas a morte do helvético Gino Mader, após uma grave queda, levou a formação belga a desistir. "Ficámos devastados e ainda hoje dói, porque podia ter acontecido com qualquer um de nós. Como desistimos da prova, não tive mais nenhuma competição e temo que possa acusar alguma falta de ritmo no Tour", sublinha o português.