Roberto Martínez: "Dar más notícias terá de ser cara a cara, sem ninguém na sala"
Selecionador Nacional esteve na conferência "Alto Desempenho em Ambientes Exigentes", ao lado de Jorge Braz
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A gestão da confiança de um jogador que não entra nos planos consiste numa variável fulcral na missão de um treinador, como notou Jorge Braz, selecionador nacional de futsal, na conferência “Alto Desempenho em Ambientes Exigentes”, que decorreu esta quinta-feira na Universidade do Minho. “Não convocar um jogador para um mundial é mexer com a carreira, os contratos e a vida pessoal dele”, vincou, durante a sua intervenção, ao lado de Roberto Martínez, que expôs a sua estratégia em relação a esta temática. “Dar más notícias terá de ser cara a cara, sem ninguém na sala”, apontou o selecionador nacional, considerando que estas “são as conversas mais difíceis, com quem fica de fora”.
No entanto, “é essencial” este tipo de comunicação, até para ampliar o nível de compreensão e de aceitação. “Não explicar é uma má liderança”, reforçou, lembrando que a nova geração de jogadores “precisa de compromissos, estímulo, clareza, exigência alta. Só se é um líder quando o balneário respeita o treinador. Não é a autoridade”, complementou.
A “paixão de juntar pessoas no mesmo objetivo” é uma das premissas de liderança de Roberto Martinez, que acrescenta “a curiosidade” e uma dose de “bom stresse” para “assumir as melhores decisões. “O stresse que nos retira a vontade de comer, que não nos deixa dormir é mau”, disse, valorizando a parte positiva do stresse para “ganhar foco”.
Paulo Pereira, selecionador de andebol, participou por videoconferência, numa conversa moderada pela psicóloga Ana Ramires e que também contou com a presença de Manuela Vaz, presidente da Accenture Portugal, uma empresa de consultoria.