Declarações do selecionar da equipa feminina de basquetebol após a vitória por 63-49 com Montenegro, na despedida do Eurobasket
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Análise ao jogo frente ao Montenegro, que Portugal venceu por 63-49: “Estamos muito felizes, porque finalmente conseguimos o que estávamos à procura. Toda a equipa precisava e queria uma vitória. É verdade que não chegou tão cedo quanto gostaríamos, porque tínhamos um sonho por algo mais, mas pelo menos fizemos história de novo. Estou muito orgulhoso das minhas jogadoras, trabalharam muito para chegar aqui e depois de chegarem acomodaram, lutaram de volta, melhoraram a cada jogo. É um grande dia para nós como um país de basquetebol.
Desempenho da equipa no Eurobasket: "Somos todos novatos nisto, mas conhecemos o jogo. Já sabíamos ao que vínhamos. Acredito que a equipa nem sempre teve discernimento pela ansiedade, obviamente. O mais difícil na nossa campanha, e tive essa oportunidade de falar com elas sobre isto, foi o facto de não conseguir abdicar da ambição que tínhamos todos aqui. Foi por ser ambiciosos, audazes e acreditar que podíamos ir mais longe que chegámos aqui. Não nos podíamos render a ideia de só estar. E tudo o que falámos foi que queríamos uma vitória e, quanto mais cedo ela viesse, mais podíamos sonhar. E eu senti que as jogadoras portugueses jogaram todos os jogos para ganhar e pressionaram-se. Hoje acredito que a equipa foi mais do que ela é. Obviamente que o adversário também é mais frágil do que os outros dois adversários. Não está em causa, os outros também tiveram mérito em condicionar-nos. Mas as ideias eram mais claras, a equipa estava, do ponto de vista tático, mais disciplinada. Acho que temos que fazer um balanço muito positivo do que se passou aqui. A equipa apresentou um basquete bastante mais agradável, com mais certezas, menos dúvidas. E isso deu-nos a vitória que tanto queríamos, que era o nosso grande objetivo. Acho que a equipa mereceu este culminar. Não só pelo processo todo que nos trouxe cá, como pelo que fizemos aqui. Talvez o Montenegro merecesse tanto, mas mais não merecia."
Reação à vitória: "A dois minutos do fim, sentei-me e disse para os meus adjuntos ‘rapazes, esta já não foge’. Porque quando nós perdemos algum discernimento no ataque, defensivamente continuámos tão coerentes, tão estáveis, com o plano de jogo tão claro, que elas continuavam a lançar em situações fora de timing, fora dos seus sítios. [...] Tiveram muitas dificuldades na estratégia que aplicámos, nunca jogaram cómodas. Sentimos que mesmo, ofensivamente, aqui e ali o jogo não fluiu, não foi tão bom como estávamos a fazer a espaços. Definitivamente continuávamos tão sólidos que, a dois minutos e trinta do final, disse que já não fugia e íamos ter a nossa tão desejada vitória, tão saborosa vitória. O nosso futuro hoje é festejar. Portanto, o futuro começa amanhã. Porque hoje temos que festejar, porque a história foi vivida e não volta a ser repetida. Penso que o basquetebol em Portugal está a crescer. Acredito que o basquetebol feminino em Portugal tem um potencial incrível. Nós, nos últimos dez anos, fomos três vezes a equipa que mais subiu no ranking da FIBA. E essas coisas não acontecem do céu, nem acontecem por sorte. A equipa sénior tem um misto. Enquanto eu fui selecionador, e enquanto for selecionador, vou ter essa preocupação, de ter jogadoras muito experientes, jogadores do seu topo, no seu prime, como gostam tanto de dizer, e jogadoras jovens. E esta seleção apresentou-se aqui com essa estrutura".