Treinador do Valongo, natural do Porto, de 51 anos, vai abandonar a modalidade no final da presente temporada. Último selecionador campeão do mundo por Portugal, num título alcançado em 2019, em Barcelona, diz sentir-se saturado e a precisar de se dedicar a outras coisas, como o ensino.
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A notícia parece um tanto inesperada, mas a verdade é que a decisão já era ponderada há algum tempo e esteve para acontecer em 2023: Renato Garrido, o último selecionador nacional campeão do mundo por Portugal – em Barcelona, em 2019, numa final contra a Argentina –, vai terminar a carreira de treinador. “Só não acabei antes porque acedi a um pedido de um diretor do Valongo, o Miguel Vagaroso, pessoa por quem tenho uma enorme consideração e estima. É dos melhores dirigentes com quem trabalhei”, disse Renato a O JOGO.
“Quando saiu o Edo [Bosch], o Miguel Vagaroso pediu-me para dar continuidade e, tendo sido um pedido de quem foi, eu aceitei”, explicou, considerando que no final desta época deixará a função. “Foi após sair da Seleção que ponderei bastante terminar. Sinto algum cansaço, uma certa saturação, na altura achava que, pelo menos, devia fazer uma pausa. Além disso, quero fazer outras coisas, como voltar ao ensino”, prosseguiu este “orgulhoso portuense”, nascido na Ordem da Trindade, paredes meias com a sala de festas da cidade, a Avenida dos Aliados.
Treinador desde os 22 anos, Garrido começou no Académico do Porto, onde ficou uma época, depois esteve 20 no FC Porto, em ambos os clubes na formação, tendo depois sido preparador físico e adjunto de Franklim Pais, Tó Neves e Guillem Cabestany, sempre nos seniores dos dragões, dos quais é adepto. Passou por Juventude de Viana, um ano e meio, por Oliveirense, dois e meio – ganhando uma Taça de Portugal –, pela Seleção Nacional – conquistando Mundial’2019, Taça das Nações’2023 e Golden Cat’2023 – e orienta atualmente Valongo. Garrido é ainda professor de Educação Física, tendo-se formado na Escola Superior de Educação do Porto, com mestrado em Coimbra.