Renato Garrido em entrevista: "Oliveirense é grande, mas não é vista assim"
O treinador Renato Garrido quer mudar a forma como se olha para o clube que ganhou a Taça de Portugal e que também se destaca no basquetebol e futebol.
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Renato Garrido passou em revista a época que culminou com a sua primeira Taça de Portugal conquistada como treinador principal.
Terminou a Taça com a sensação de desforra?
-Não. Sabíamos que no campeonato só podia ganhar uma equipa. Lutámos muito até ao fim para sermos campeões, mas não foi possível. Esta Taça foi um prémio pelo trabalho e pela dedicação e foi para o público, Direção e patrocinadores. Foi especial porque não tínhamos ganho ao Benfica nesta época e foi especial por tudo, pelas lesões e pelo facto de os jogadores tudo terem feito para estarem na final-four.
O que significou aquele abraço a Edo Bosch?
-Amizade e cumplicidade, dentro e fora da pista. Vemos o jogo de forma parecida e sabemos as dificuldades por que passamos. Demos sempre tudo nos clubes que representámos e quando se ganha é sempre uma alegria imensa.
Desta vez, o que fez a diferença para conseguir vencer um adversário com quem perdeu três vezes e empatou uma?
-No início da época, com uma equipa ainda em reconstrução, nem sempre é fácil para os jogadores estarem adaptados, enquanto outras equipas já tinham um grupo a trabalhar há vários anos. No início cometemos erros que custaram caro, mas agora somos uma equipa mais sólida, há um equilíbrio e a qualidade vem ao de cima. Vamos continuar a lutar e seremos candidatos em todas as provas.
Afirmou que quer que a Oliveirense seja vista como um grande. Sente alguma mágoa?
-A Oliveirense é um grande, mas não é vista como um grande. Esquecem-se que a Oliveirense tem uma grande equipa de hóquei, basquetebol e tem uma equipa de futebol profissional na II Liga que tem o objetivo de chegar à I Liga.
Como resume o percurso no campeonato?
-No campeonato todos os jogos, tanto fora como em casa, foram muito difíceis. Podia haver quatro equipas num patamar mais acima, mas todas as outras tinham muita qualidade, prova disso foi a época que fizeram equipas como o Riba d"Ave, que também esteve na final-four da Taça e na qual o campeão europeu perdeu com o Benfica, que nós vencemos na final. Para o ano, o campeonato vai ser tão ou mais difícil.
E na Liga Europeia?
Na Liga Europeia ficou um sabor amargo. Aí fizemos jogos menos conseguidos, apesar de termos sido eliminados por este Benfica, que é uma grande equipa.
"Árbitros têm de estar preparados"
O FC Porto é o próximo adversário da Oliveirense. Ainda faltam alguns meses, mas Renato Garrido já só pensa em ganhar e pensa também na arbitragem, que lhe trouxe algumas más recordações em 2018/19.
Depois da paragem para os Roller Games e pré-época, segue-se a Supertaça com o FC Porto a ter três reforços, tal como a Oliveirense. O que espera desse jogo?
-Vamos ter um FC Porto campeão, outra vez a lutar por todos os títulos, uma grande equipa, mas nós queremos ganhar este troféu.
Agora que a época terminou e já pensa na próxima, como vê a arbitragem?
-Temos grandes árbitros em Portugal, mas, independentemente de nós errarmos e eles também, eles têm de estar mais preparados para estarem ao nível dos jogadores e se aproximarem da qualidade dos jogos, porque a qualidade do campeonato é cada vez mais elevada e as decisões são ao pormenor.
"Espanha é vista por todos como favorita no Mundial"
Um dia depois de conquistar a Taça de Portugal, Renato Garrido, técnico da Oliveirense e também selecionador nacional, divulgou os convocados para o campeonato do mundo (7 a 14 de julho, em Barcelona). Leva o mesmo dez que venceu a Taça das Nações e a um mês considera: "Portugal tem uma geração fantástica de jogadores, estamos preparados para jogarmos com qualquer seleção.
Argentina e Espanha são seleções fortíssimas, Itália tem grande qualidade e a França tem evoluído bastante. Mas sabemos que Espanha joga em casa, é vista por todos como a grande favorita e com toda a legitimidade."
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