"Questionaram-nos pela contratação do Rui Costa, mas sabíamos o que trazíamos"

A Intermarché-Circus-Wanty é a equipa sensação das duas primeiras semanas da época de ciclismo de 2023, somando três vitórias. Goossens ganhou duas provas em Maiorca e Rui Costa deu o primeiro triunfo, no Troféu Calvia.

O JOGO chegou à conversa com Aike Visbeek, diretor de performance e também diretor desportivo, que realçou este começo de temporada. "Temos novos corredores como o Rui Costa, o Calmejane e o Teunissen e levámos um grande grupo para Maiorca. Queríamos preparar fevereiro, mas foi tudo muito bem sucedido. Há bom ambiente e, com este excelente começo, temos uma almofada quanto aos resultados. Perdemos alguns corredores importantes para 2023, mas mostrámos que nos reforçámos bem", disse o diretor neerlandês a O JOGO, encantado com o primeiro português na estrutura da Wanty: "Estamos muito contentes. O Rui ganhou uma etapa e, no dia seguinte, trabalhou para o Biniam Girmay. É experiente. Na Bélgica, questionaram-nos pela contratação do Rui, mas sabíamos o que trazíamos. Ele é muito calmo, tem muita confiança e já foi fundamental: ganhou e ajudou o Goossens a vencer também. Pode ter duas épocas ao mais alto nível aqui porque é extremamente profissional. No final de outubro, já estava nos rolos a trabalhar. Nem tirou férias nas primeiras duas semanas da pré-temporada."

Convencido "pelo projeto e não pelo dinheiro", Visbeek coloca Rui Costa como candidato à Amstel Gold Race e à Liège-Bastogne-Liège de abril. "São as clássicas que melhor se ajustam a ele, porque são muito táticas. É esperto, sabe atacar no momento certo. Não deixa todos para trás na subida decisiva como antes, mas é um estratega na parte final para conseguir um bom resultado", asseverou, vincando que é em abril que o poveiro de 36 anos tem os maiores objetivos, mas que vai "ao Algarve a pensar num top-5" e que "a equipa vai defendê-lo na luta por etapas e por um top-10 na Volta a Romandia", prova de uma semana pós-Ardenas.