Dois atletas suspensos por doping acusam um dirigente federativo de lhes ter exigido cerca de 23 mil euros para obterem uma sanção inferior à de quatro anos de suspensão com que foram punidos. Para se defender, Isaac Mwangi suspendeu funções.
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O diretor da Federação de Atletismo do Quénia (FAQ) Isaac Mwangi afastou-se temporariamente do cargo para se defender de uma denúncia de chantagem sobre dois atletas que acusaram positivo num controlo antidoping.
"Isaac Mwangi deixará o cargo durante 21 dias para se poder defender durante a investigação que a federação vai iniciar segunda-feira", anunciou, esta terça-feira, o presidente da FQA, Jackson Tuwei.
Os atletas Joy Sakari e Francisca Koki acusaram Mwangi de lhes ter exigido 2,5 milhões de xelins quenianos (cerca de 23 mil euros) a cada um para reduzir as sanções por doping.
Os atletas foram suspensos por quatro anos, depois de acusarem consumo de furosemida - um diurético utilizado para ocultar substâncias proibidas - durante os Mundiais de atletismo disputados em agosto, em Pequim.
Isaac Mwangi considerou as acusações "absurdas" e anunciou a intenção de processar os dois atletas.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) mostrou-se "extremamente preocupada" e solicitou informação detalhada sobre o caso para decidir sobre uma eventual investigação da comissão de ética da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF).