Carlos Amado da Silva fez um balanço "extremamente positivo" da prestação de Portugal no Mundial.
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O presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Carlos Amado da Silva, assumiu-se orgulhoso e feliz pela prestação de Portugal no Mundial, mas quer mais para o futuro.
"O balanço foi extremamente positivo. Foi brilhante mesmo. Até ontem [domingo], estava muito orgulhoso, depois de ontem passei a estar muito orgulhoso e feliz, que não estava, nem eu nem os jogadores. Quem conhece esta equipa sabe muito bem que podíamos ter feito mais", defendeu.
Em entrevista à agência Lusa, o dirigente diz que "pode parecer patético estar a dizer isto" atendendo ao passado de Portugal na competição, mas não se se tiver em conta a prestação em França, concluída com a primeira vitória de sempre de Portugal em Mundiais, frente a Fiji, no domingo.
"Com a Austrália, que é bicampeã do mundo, as nossas estatísticas são todas melhores. Foi uma coisa fantástica para alguém que há quatro anos estava numa terceira divisão. Estava triste, porque perdemos e empatámos jogos de uma forma quase infantil, por falta de experiência", assumiu.
Para Amado da Silva, se forem dadas condições de trabalho a este grupo, ele pode melhorar, até porque há "jogadores extraordinários, uma equipa técnica fora do comum, um selecionador do melhor que há no mundo".
"O difícil é manter, mas nós queremos manter e aumentar, porque este padrão de jogo é invejado por toda a gente. Talvez falte um pouco de objetividade, de experiência. Isso implica outras coisas, mais competição, sobretudo interna, porque metade desta equipa fica em França, são profissionais, vão continuar a um nível alto. Os outros voltam para Portugal e, infelizmente, a competição doméstica não é do mesmo nível, portanto a tendência é para baixar", referiu.
O presidente da FPR assume que "aumentar a competição doméstica" é necessário, considerando "absolutamente fundamental tornar os Lusitanos [que disputam a Super Cup europeia] numa equipa profissional".
Sobre a despedida de alguns jogadores, Amado da Silva disse que já estão referenciados vários jogadores luso-descendentes em França e que também há observações na África do Sul.
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Mesmo reconhecendo que "os apoios neste momento são muito maiores do que quando" chegou e que as mais altas figuras do Estado português "reconhecem que é uma modalidade que se pode afirmar", Amado da Silva pediu uma aposta no râguebi no desporto escolar e um local para jogar.
"Depois, precisamos de espaços. No ano passado, comprámos milhares de bolas para oferecer, mas para jogar em casa? Não, precisamos de espaço. Esses espaços não existem. Existe uma rede fantástica de estádios em Portugal, mas é para o futebol. Tirando os clubes que, felizmente, se vão apetrechando, nós não temos um estádio nacional para nós, a seleção não tem onde jogar, anda sempre de casa às costas", referiu.
Amado da Silva instou a que o projeto para o estádio de 10.000 lugares no Complexo do Jamor, já projetado, seja construído em 2024.
Após o triunfo de domingo sobre as Fiji, o presidente federativo diz que recebeu chamadas do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantindo que não conseguiu ler todas as mensagens que recebeu.
As boas prestações no Mundial abriram as portas de Portugal a vários convites para jogar no estrangeiro, com o dirigente a mencionar uma possível viagem ao hemisfério sul em 2024, para defrontar Samoa, Fiji e Tonga.
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