Revelação do selecionador espanhol de boxe feminino, que não considera "justa" a participação da pugilista argelina, que falhou testes de género, naquela categoria dos Jogos Olímpicos
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A polémica estreia da argelina Imane Khelif - após ter falhado provas de género - na prova feminina de boxe dos Jogos Olímpicos Paris’2024 continua a dar que falar, isto depois de a sua adversária, a italiana Angela Carini, ter desistido do combate ao fim de dois socos em 46 segundos, ficando em lágrimas e dizendo que nunca tinha sido golpeada com tanta força na sua vida.
O caso, que também envolve a taiwandesa Lin Yu-ting, tem motivado críticas ao nível mundial, levando inclusive o Comité Olímpico Internacional a sair em defesa das atletas por via de comunicado, explicando o que motivou o seu afastamento do último Mundial de boxe feminino.
Ainda assim, Rafa Lozano, selecionador espanhol daquela modalidade, juntou-se esta quinta-feira às vozes críticas, considerando que a participação de Khelif nestes Jogos como mulher não é “justa”, já depois de a ter visto em ação tanto contra pugilistas femininas como diante de um lutador masculino.
“Eu não vejo isto como justo, não é equitativo. Cada um pensa aquilo que quiser, mas eu não o vejo assim. Eles [comitiva argelina de boxe] fizeram um treino aqui e nós não podíamos colocá-la [Khelif] com ninguém. Pusemo-la com Jennifer Fernández e magoou-a. Contra quem fosse que a puséssemos, ela magoava-as. Pusemo-la contra José Quiles e foi equilibrado. No meu ponto de vista, não vejo isto como justo”, apontou, à rádio Marca.