Público no Estoril Open ainda é uma incógnita, mas o "importante é acontecer"
Estoril Open vai realizar-se entre os dias 26 de abril e 2 de maio.
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O diretor do Estoril Open em ténis revelou esta sexta-feira ainda desconhecer se será permitida a presença de público no evento português do ATP Tour, mas garante que o "mais importante é o torneio acontecer".
"Ainda não temos nenhuma certeza quanto à presença de público", confessou João Zilhão, em declarações à agência Lusa, na sequência das medidas do desconfinamento anunciadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, que preveem eventos com limitação de público a partir de 19 de abril.
O Millenium Estoril Open, que terá lugar no Clube de Ténis do Estoril (CT Estoril), entre 26 de abril e 2 de maio, segundo garante, está a ser "planeado há vários meses com base em vários cenários, sendo que um deles é acontecer sem público e ser um grande evento televisivo para o mundo inteiro."
"Gostaríamos obviamente de ter algum público, dá sempre outro calor, apoio e ambiente a um encontro de ténis. Mas, ainda que seja um evento diferente dos anos anteriores, o importante é que aconteça e que este torneio histórico do ATP se mantenha vivo em Portugal. É uma prova com mais de 30 anos de história e a verdade é que nunca se perdeu esta continuidade de um evento ATP desta natureza, desde 1990", justificou João Zilhão.
Como desconhece as medidas em concreto, o diretor do torneio diz que ainda não foi solicitada autorização à Direção-Geral da Saúde e autoridades locais para presença de público nas bancadas do CT Estoril e, como tal, as montagens das infraestruturas estão em "stand-by", uma vez que é necessário "saber a dimensão que o evento terá."
Atendendo ao rol de incertezas, na sequência da atual situação pandémica, provocada pela covid-19, João Zilhão defende ser "difícil organizar um evento nestes moldes."
"Financeiramente é dramático. Não temos um bilhete ou camarote vendidos e a zona de 'corporate hospitality', que as empresas tão bem utilizam para relações públicas e networking, uma fonte de receita importantíssima no Millennium Estoril Open, também não está disponível. Portanto, estamos dependentes de uma fantástica família de 'sponsors' que nos vai ajudar a chegar à edição do próximo ano, bem como da evolução da atual situação pandémica", notou.
Quanto à presença de eventuais de jogadores de topo no CT do Estoril, à semelhança das edições anteriores, o diretor do torneio diz ser igualmente uma incógnita, embora "as negociações estejam em curso."
"É um ano de negociações também difíceis. O "budget" para jogadores é muito reduzido, comparado com outros anos, e vamos imaginar que trazemos um grande nome, não vendo nem mais um bilhete se tiver zero público. Quando trazemos um grande jogador, normalmente mexe com a bilheteira, com o interesse no torneio, este ano trazer um grande nome pode significar mais zero receitas" justificou João Zilhão.
O regresso do público aos estádios das ligas profissionais de futebol, bem como a outros eventos desportivos, a partir de 19 de abril, conforme anunciado no plano de desconfinamento, depende da validação da Direção-Geral da Saúde (DGS), explicou o ministro da Educação.
"O plano de desconfinamento é claro e abre perspetivas ao regresso do público a eventos, tanto em espaço interior como em espaço exterior, seguindo as recomendações do trabalho técnico feito pelos especialistas. Mas queria notar que a decisão de presença de espetadores pertence sempre e em última instância à DGS. Tudo está condicionado pela condição epidemiológica do momento em concreto", afirmou Tiago Brandão Rodrigues.