Declarações de Manuel Fernandes, presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, depois de terminada a participação de Portugal no Europeu, onde atingiu os oitavos de final
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Orgulho: "Sinto um orgulho tremendo por aqui aquilo que fizemos. Não foi obra do acaso, é trabalho que se tem vindo a fazer e que culminou com esta participação neste Europeu. A verdade é que discutimos durante os três períodos com o campeão mundial, com nomes tão sonantes como Schröder e Wagner, que são conhecidíssimos à escala planetária. Isto indica que só a superação, o coração, a coragem dos nossos jogadores permitiram chegar ao terceiro período a perder por 52-51, a perdermos por um ponto. Aguentámos até aos cinco minutos finais. E depois, nestes cinco minutos finais, não foi só a força física que nós notámos, eles lançaram à vontade e meteram, e antes não conseguiram. É também a força psicológica, aquele sonho, o sonho desvaneceu-se e também contribuiu para a equipa permitir aqueles lançamentos. Porque o resultado, para quem viu o jogo, é enganador. A nossa seleção não merecia sair daqui com 27 pontos de diferença, merecia sair daqui com menos de 10 pontos, por tudo aquilo que fez."
Prestígio: "O mais importante de tudo, como conclusão, é que o basquetebol português, o desporto português saiu novamente prestigiado. Nós passámos para um nível superior, estamos num outro patamar. Há passos ainda que temos que dar, mas a verdade é que isso vai-se refletir no âmbito interno, na inspiração aos nossos jogadores, na credibilidade e no prestígio que é reconhecido. Isso é um aspeto muito positivo para o desenvolvimento do basquetebol, para o desenvolvimento do desporto, porque nos permite ganhar mais público, ganhar mais patrocínios, ganhar mais apoio também da comunicação social. Termos subido de patamar também nos atribui uma nova responsabilidade e essa responsabilidade é que temos agora muito mais a ideia de que se não estivermos num europeu, falhámos. Eles hoje vieram jogar connosco e começaram muito tranquilos, mas perderam a tranquilidade e fomos nós que os obrigámos a perder essa tranquilidade, pela capacidade de entrega da nossa equipa. E há uma coisa que eu não podia deixar passar. Esta coesão, este espírito de equipa, é um trabalho que vem de trás e a equipa técnica merece, da minha parte e de todos aqueles que conhecem o basquetebol, um grande sentimento de competência."
Seleções jovens: "Isto é fruto do trabalho que temos vindo a fazer nas nossas seleções de jovens. Todos eles, ou grande parte deles, passaram pela festa do basquetebol juvenil, passaram pelas seleções de sub-16, tiveram nos centros nacionais de treino. E para quê? Para atingirmos este objetivo."
Mundial do Catar em 2027: "Eu quero sonhar, mas o que vou dizer é que sonhar alto ou sonhar baixo, pagamos o mesmo. Por isso, temos de sonhar que há essa chance. Sabemos que é muito difícil, mas lá na meta, na nossa visão, um dia vamos chegar."