Portugal quer melhorar classificação no Mundial: "Temos esse objetivo sem pressão"
Areia e Cavalcanti destacam qualidade e importância de começar bem no Mundial de andebol.
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O ponta António Areia e o lateral Alexandre Cavalcanti destacam a qualidade coletiva e individual da seleção portuguesa no Mundial de andebol e salientam a importância de entrar bem na prova, com uma vitória sobre a Islândia.
António Areia, totalista de todas as recentes fases finais em que Portugal participou nos últimos anos, realça a qualidade do grupo presente no Mundial, com o qual partilha a ambição de, "sem pressão", superar o 10.º lugar de 2021.
"Não falta qualidade a este grupo. Temos jogadores experientes, ainda com muita qualidade, e jovens que estão num grande momento de forma, que vêm acrescentar muito também a este grupo. Confio bastante nessa qualidade", disse à Lusa António Areia.
O ponta do FC Porto reconhece que o fator sorte "às vezes também é importante" numa prova deste género, mas prefere confiar na "ambição, qualidade e trabalho", como principais fatores para uma boa campanha da seleção no Mundial.
"Temos um objetivo a cumprir, que é o de fazer melhor classificação do que no anterior [em que Portugal foi 10.º]. Temos esse objetivo sem pressão. Como já competimos [no Mundial de 2021], queremos fazer melhor. Acho lógico e um bom princípio", afirma.
António Areia participou nos campeonatos da Europa de 2020 e 2022, no Mundial de 2021, nos Jogos Olímpicos de 2020 (realizados em 2021), bem como no respetivo torneio de apuramento para Pequim, e considera esta prova "mais uma para ser encarada com ambição".
"Queremos sempre fazer melhor e acho que isso é um bom princípio, um bom foco e uma boa meta. Estamos concentrados no nosso trabalho para conseguir melhorar essa classificação, mas para isso acontecer temos que ser ainda melhores [do que em 2021]", sustenta.
O jogador recorda que o Mundial de 2023 decorre "num ambiente diferente" do último, limitado e espartilhado pelas regras impostas pela covid-19, e admite que atualmente "os jogadores já não têm tanto medo da pandemia que os assombrou".
"Se queremos fazer melhor do que no anterior, temos de ser melhores. E por isso acho que, aliada à nossa ambição, a qualidade que nós temos vai ajudar-nos a seguir esse caminho e tentar conquistar esse objetivo", disse António Areia.
O experiente ponta, de 32 anos, reconhece que "o nível de jogo do jogador português está cada vez mais alto", como atesta a nível da seleção e o desempenho dos principais clubes, FC Porto, Benfica e Sporting, nas principais provas europeias.
A somar a tudo isto, António Areia aponta ainda "as boas campanhas individuais" dos jogadores que vêm à seleção e jogam nos competitivos campeonatos de Espanha (Luís Frade), Alemanha (André Gomes), França (Manuel Gaspar, Miguel Espinha, Alexandre Cavalcanti, Diogo Silva e Pedro Portela) e Hungria (Miguel Martins).
"Temos jogadores no estrangeiro a jogar em grandes equipas, que também jogam a Liga dos Campeões, e nas suas ligas têm feito também excelentes performances. Portanto, acho que isso só mostra o nível que este grupo tem", acrescenta.
Em relação aos adversários de Portugal na fase preliminar do Mundial - Islândia, Hungria e Coreia do Sul -, António Areia reconhece que "neste tipo de competições não há muito por onde escolher e há que encarar o grupo como é".
"O jogo com a Islândia é, certamente, o mais importante, por ser o primeiro [quinta-feira]. Depois, logo se vê nos outros dois jogos. É importante estarmos focados neste jogo agora com a Islândia, que é o primeiro do torneio", assegura.
Para António Areia, o importante "é não pôr o carro à frente dos bois", "seguir com os pés bem assentes na terra" e "pensar devagarinho, jogo a jogo, que esse é que é o caminho certo".
O lateral esquerdo Alexandre Cavalcanti, de 26 anos, comunga também da opinião do colega António Areia de que Portugal possui "uma equipa de excelente qualidade, em todos os postos", e "vai estar bem, de certeza, no Mundial".
"Toda a gente está ciente disso [da qualidade da seleção] e o mais importante para nós é, sabendo isso, trabalhar da melhor maneira possível para melhorar o décimo lugar de há dois anos", afirma o jogador dos franceses do Nantes.
Alexandre Cavalcanti reconhece que "há adversários mais fortes do que outros" no Mundial, "mas nenhum assusta", porque considera que Portugal tem "qualidade para estar entre os melhores".
"Temos qualidade para vencer muitas das equipas que estão no Mundial e é isso de que vamos atrás", refere o lateral esquerdo, sustentando a sua convicção não só "pelo valor da seleção como pelo talento individual dos seus jogadores".
Alexandre Cavalcanti salienta que, "às vezes com melhores resultados do que outros", a seleção portuguesa "tem estado sempre nos grandes palcos europeus e mundiais" e "é aí que tem de continuar a trabalhar para estar".
"Temos feito um bom trabalho e, com certeza, neste Mundial vamos tentar dar o nosso melhor para atingir o nosso objetivo", disse Alexandre Cavalcanti, acrescentando que a cereja no topo do bolo seria o apuramento para o torneio pré-olímpico.
Portugal integra o Grupo D da fase preliminar do Mundial, a decorrer em Kristianstad, na Suécia, com as seleções da Islândia, Hungria e Coreia do Sul. Passam à fase principal as três seleções mais bem classificadas.