Carlos Martingo, selecionador nacional de sub-21, chegou na segunda-feira ao Porto e falou em exclusivo a O JOGO sobre a campanha da equipa das Quinas, que foi sexta no Mundial
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Martingo chegou na segunda-feira ao Porto e dispôs-se a falar com O JOGO.
O técnico, de 44 anos, vinculado ao FC Porto há dez épocas não consecutivas como treinador - como atleta foram cinco -, fala numa seleção sem medo e que ainda só não derrotou a Hungria.
A Seleção Nacional terminou o Mundial de sub-21 em sexto lugar. Chega a casa contente ou queria mais?
-As duas coisas. Por um lado, saio contente porque apresentamos um excelente nível de jogo e tivemos atletas a jogar a um altíssimo nível também; por outro lado, ficámos um pouco tristes porque no jogo com a Islândia, embora eles tenham sido melhores, acho que Portugal podia ter ganho porque é superior.
A vitória com Espanha, histórica, foi importante para o que restava do Mundial?
-Foi uma vitória fantástica. Com esse triunfo garantimos a passagem aos quartos de final e, além disso, é inegável que a derrota no Europeu do ano passado nos tinha ficado atravessada. Teve um duplo sabor. Foi uma vitória frente a uma grande equipa, sendo que nos respeitamos muitíssimo.
"É inegável que a derrota [com a Espanha] no Europeu do ano passado nos tinha ficado atravessada"
Quando chegou à Alemanha, acreditava nesta equipa e na qualidade de jogo que apresentou?
-Sempre acreditei e sempre transmiti essa confiança a este grupo de atletas desde que começou a trabalhar a junto, há cerca de seis anos. Este é um conjunto que sempre encarou qualquer seleção com o objetivo de vencer. Nunca se intimidou e, seja com quem for, é para vencer. Aliás, em jogos oficiais, só não vencemos a Hungria. De resto, esta equipa venceu todas as outras melhores seleções do Mundo.
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Esta é uma seleção sem medo. Como se consegue isso, num país em que a mentalidade nem sempre é a mais positiva?
-Podemos encontrar várias explicações. O trabalho desenvolvido pelos clubes, o talento que eles têm, o facto de quase todos eles jogarem - jogarem mesmo - na I Divisão, os resultados obtidos anteriormente, quer pela seleção AA, quer por outras equipas jovens, tudo isso provoca desinibição e crença de que somos tão bons ou melhores do que os outros. A juntar a isso, devo referir todas as condições que a Federação nos tem proporcionado, como, por exemplo, o aumento do número de jogos internacionais. De resto, tivemos competição em todas as semanas EHF.
"Esta equipa venceu todas as outras melhores seleções do Mundo"
A Seleção Nacional AA, que tem atletas com 35, 32, 25, 20 anos, juntando-lhe esta geração mais nova, pode fazer uma equipa para chegar a um pódio?
-Esse é o sonho de todos estes jogadores e da comunidade andebolística em Portugal. Acredito que Portugal pode chegar a grandes resultados.
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