Dois dias após Nelson Évora dizer adeus aos Jogos na qualificação da disciplina em que ganhou o concurso olímpico em Pequim'2008, Pichardo fazia cumprir-se o seu próprio legado, depois de conseguir nesse momento o melhor salto da história das rondas preliminares dos Jogos, com 17,71 metros.
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Portugal encontrou o seu quinto campeão olímpico no atleta Pedro Pichardo, que conquistou a medalha de ouro no triplo salto de Tóquio'2020, precisamente na prova de despedida do quarto laureado, Nelson Évora.
Dois dias após Nelson Évora dizer adeus aos Jogos na qualificação da disciplina em que ganhou o concurso olímpico em Pequim'2008, Pichardo fazia cumprir-se o seu próprio legado, depois de conseguir nesse momento o melhor salto da história das rondas preliminares dos Jogos, com 17,71 metros.
No Estádio Nacional, o atleta luso, nascido em Cuba, conseguiu hoje o primeiro ouro olímpico para Portugal em 13 anos, após os êxitos na maratona, de Carlos Lopes (1984) e Rosa Mota (1988), nos 10.000 metros, de Fernanda Ribeiro (1996), e de Nelson Évora, no triplo, em 2008.
De resto, Portugal só sabe ganhar a medalha de ouro nos Estados Unidos, com Lopes e Ribeiro, ou em capitais asiáticas, com Tóquio a juntar-se a Seul e Pequim na lista.
Carlos Lopes, que vinha de uma prata nos 10.000 metros de Montrea'l1976, conseguiu o primeiro de cinco ouros da história portuguesa na cidade norte-americana de Los Angeles.
Lesionado em Moscovo'1980, o maratonista luso tornou-se no primeiro herói olímpico nacional com um recorde dos Jogos, de 2:09.21 horas, que só viria a ser batido em Pequim'2008, pelo queniano Sammy Wanjiru.
Em 1988, à chegada à capital da Coreia do Sul o favoritismo era todo de Rosa Mota, campeã mundial meses antes em Roma, e a atleta portuense confirmou-o de forma eloquente, ao triunfar na maratona com incríveis sete minutos de avanço sobre a segunda classificada.
Mais tarde, em Atlanta, Fernanda Ribeiro voltou a dourar Portugal, de novo nos Estados Unidos, com a atleta de Penafiel a efetuar uma recuperação fantástica para ultrapassar a chinesa Wang Junxia a 20 metros da meta.
Em Pequim, o campeão do mundo no triplo salto Nelson Évora voou mais do que a forte concorrência, até aos 17,67 metros.
O sucessor chegou nos mesmos Jogos em que disse adeus e na sua disciplina, que iguala a maratona, com dois ouros, no que é o segundo primeiro lugar para o país no século XXI.