Neste dia, em 1983, arrancou no Jamor o primeiro torneio do ATP em solo luso e das raízes do Open de Portugal germinou o Estoril Open
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Cumprem-se, esta terça-feira, 40 anos desde o dia em que o Jamor recebeu um torneio do então Grand Prix do ATP, que devia ter lugar em Frankfurt, mas cujos problemas com a transmissão televisiva levaram o empresário Hans Burket a "oferecer" a organização à Federação Portuguesa de Ténis. A Tabaqueira avançou como como "main sponsor", Pedro Cordeiro como único jogador português e a final foi de sonho, entre o sueco Wilander e o francês Noah.
Esta terça-feira é duplamente histórica, por nunca quatro portugueses terem de jogar, no mesmo dia, no quadro principal de um ATP Tour. Pedro Cordeiro foi o pioneiro, há quatro décadas.
Nessa época, percebeu-se que existia mercado e público, cabendo a João Lagos recuperar, em 1990, uma data no recém-criado ATP Tour. Nascia o Estoril Open, voltava o ténis de alto quilate ao belo court do Jamor, batizado como Centralito, mas montaram-se e desmontaram-se muitos courts centrais - palcos na receção de muitos jogadores que foram, ou vieram a ser, número um do ranking mundial (ver tabela).
Durou 25 anos o herdeiro do Open de Portugal, que ultrapassou o milhão de espectadores, mas, falido, foi rapidamente comprado pela 3Love, organização formada pela alemã U.com, a Polaris de Jorge Mendes e o empresário luso-neerlandês Benno Van Veggel. A prova viajou uma dezena de quilómetros e instalou-se no Clube Ténis do Estoril, com o conceito de torneio-boutique, suportado por um banco (BCP), como acontecera com o antecessor (BES). Mantendo uma forte vertente empresarial, aprendida na era João Lagos, e também seguida, por exemplo, nas tribunas dos estádios do Dragão, Luz e Alvalade.
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Ainda no capítulo organizativo, lamenta-se a efémera existência do Maia Open (1995 e 1996), cujo desaparecimento se ficou a dever à entrega ao aventureirismo de Jaime Sousa do cargo de diretor de um evento que, misteriosamente, não pagou o prize money aos jogadores da segunda edição, obrigando a autarquia a fazê-lo duas vezes. Dentro dos courts, o ATP Tour nortenho ficou, pela positiva, marcado pelo título de pares de Bernardo Mota/Emanuel Couto (1996). Perto da capital, e enquanto o original Estoril Open se contentou com a presença de Fred Gil na final de 2010, o Millennium já coroou João Sousa (2018) e Nuno Borges/Francisco Cabral (2022).
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