Associação do Porto celebrou um feito com que não contava, segundo Paulo Neta, que vê potencial entre os sub-16 e deixa alertas sobre os sub-14
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O Porto saiu da Festa do Basquetebol Juvenil, em Albufeira, com os quatro títulos conquistados, o que nunca uma associação tinha alcançado em 15 edições, atribuindo esse êxito a "uma comunhão de interesses de vários intervenientes, a começar por clubes e pais", conforme contou a O JOGO Paulo Neta.
"Fizemos várias vezes sessões bidiárias e sabemos bem o constrangimento que isso poderá ter causado às famílias", destacou o diretor técnico regional da AB Porto, apanhado de surpresa com este pleno, mesmo sabendo que a AB Porto é a segunda do país com mais praticantes, com pouca distância para Lisboa, esperando, no final da temporada, superar a fasquia dos cinco mil atletas pela primeira vez na história.
No pós-Festa, Neta recorda que os portuenses só achavam "ter boas possibilidades" em sub-16, "atendendo ao perfil das duas seleções", enquanto, no escalão abaixo, havia "poucas referências".
"Não tínhamos consciência real do que podíamos fazer, porque a geração de segundo ano de sub-14 não tinha feito a Festa Nacional do Minibasquete, por causa do covid", lembra.
As sub-14 deram "indicações muito interessantes nos diferentes estágios" e os sub-14 tiveram a sorte a seu lado. "A seleção de Lisboa é mais forte, mas, naquele dia em concreto, os nossos miúdos superaram-se e Lisboa teve um dia menos feliz", reconhece, olhando para outros dados com a mesma honestidade.
"Apesar de termos ganho, há indicadores que nos devem deixar preocupados: as percentagens de lançamento foram muito baixas", alerta o responsável, sublinhando não ser "um problema assim tão difícil de resolver, sendo preciso investir na qualidade de treino no que toca ao lançamento".
Entre os mais velhos, Neta perspetiva um salto para os mais altos patamares, ainda que os que o conseguem façam parte de um lote restrito. "Já fizemos um levantamento e, por seleção, colocamos um ou dois jogadores nas Ligas. Estas gerações de sub-16 podem eventualmente chegar lá, se os atletas não se perderem. Vejo potencial e identifico valores para isso", termina.