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Reprodução/Twitter: UAE-TeamEmirates
Pogacar vence e Roglic veste amarela em dia de domínio esloveno.
Tadej Pogacar (UAE Emirates) e Primoz Roglic (Jumbo-Visma) dominaram este domingo a nona etapa da Volta a França, com o primeiro a ganhar a tirada e o segundo a arrebatar a camisola amarela.
Na chegada a Laruns, ao cabo de 153 quilómetros a partir de Pau, o esloveno, de 21 anos, cumpriu a tirada de alta montanha em 3:55.17 horas, o mesmo tempo de outros quatro ciclistas, com Roglic em segundo e o suíço Marc Hirschi (Sunweb), o "sobrevivente' da fuga, em terceiro.
O jovem prodígio da UAE Emirates, que em 2019 começou por se mostrar, ao vencer a Volta ao Algarve, antes de três etapas ganhas e o terceiro lugar final na Volta a Espanha, é o mais jovem vencedor de etapa no Tour desde o norte-americano Lance Armstrong, em 1993, há 27 anos.
Este domingo, além de erguer os braços após continuar a mostrar-se o mais capaz dos trepadores entre os favoritos, depois de um abanico lhe ter tirado mais de um minuto, conseguiu continuar a trepar na geral, sendo agora sétimo, a 44 segundos do compatriota, o outro vencedor do dia.
Roglic assumiu a amarela que era do britânico Adam Yates (Mitchelton-Scott), liderando agora com 21 segundos de vantagem sobre o colombiano Egan Bernal (INEOS), vencedor em 2019 e agora segundo classificado, e 28 sobre o francês Guillaume Martin (Cofidis), terceiro.
Pogacar até começou o dia com uma má notícia, a desistência do colega de equipa italiano Fabio Aru, a 122 quilómetros da meta, mas não se deixou abalar e acabou por ser o grande nome da jornada montanhosa.
Após 90 quilómetros na frente, o suíço Marc Hirschi só quebrou a 1.700 metros da meta, com o campeão mundial de sub-23 em 2018 a juntar-se aos quatro favoritos à geral para o "sprint' final, no qual Pogacar se impôs.
Atrás dele estava Roglic, numa dobradinha eslovena que comprova que os dois, juntamente com o campeão de 2019 Bernal e o espanhol Mikel Landa, são os melhores candidatos após uma primeira semana de nervosismo, adaptação aos novos tempos e com duas tiradas nos Pirenéus a fechar.
Entre a locomotiva da Jumbo-Visma, que impôs um ritmo alto nos últimos 25 quilómetros para selecionar o grupo de favoritos, e a agitação de Pogacar, que fez a ligação com a frente da corrida, Yates acabou por ceder, bem como outros candidatos, e já adiantou, após o final, que deve agora concentrar-se "em vitórias em etapas", até porque não chegou à grande boucle "a 100%".
Para Pogacar, o dia foi "muito louco". "Depois de uma etapa tão difícil, poder ganhar é incrível. Agradeço aos meus colegas de equipa, fizeram um grande trabalho. Estou muito feliz, queria subir na geral e conseguir algum tempo, e bonifiquei com a vitória em etapa. Estava focado no sprint", relatou.
Sobre o compatriota, alertou que este "já ganhou antes e vai ganhar mais", e deixou o desejo de "conseguir vitórias juntos", depois deste domingo o atleta da Jumbo-Visma até lhe ter pregado um susto, na chegada ao topo do Col de Marie Blanque, quando se colocou na frente da roda do jovem da UAE Emirates, pedindo-lhe depois desculpa.
Esse momento anulou a possibilidade de um grande ataque, que fizesse mais mossa nas contas da geral, mas Roglic conseguiu o objetivo, de fechar a primeira semana de amarelo, com Pogacar a continuar a impressionar o pelotão, aos 21 anos.
O único português em prova, Nelson Oliveira, continuou hoje a trabalhar em prol dos chefes da Movistar, os espanhóis Alejandro Valverde e Enric Mas, e cortou a meta em 81.º lugar, seguindo no 66.º posto da geral, já a mais de uma hora da amarela.
Fechada a primeira semana do Tour, o pelotão goza um dia de descanso na segunda-feira, retomando a competição na terça-feira, com a 10.ª etapa.
