Pilotou na Fórmula 1 com fraldas e confessa: "Foi incrível, mas os desafios eram muitos"

Em entrevista aos meios oficiais da Fórmula 1, o piloto Scott Speed, que competiu no circuito em 2006 pela Toro Rosso (e em 2005 numa prova com a Red Bull Racing), confessou os problemas que passou por causa da colite ulcerativa que lhe tinha sido diagnosticada dois anos antes e que o obrigava a usar fraldas nas provas.

"As pessoas perguntam-me: 'Como foi correr em Mónaco?' Eu digo-lhes que foi incrível, mas você não tem uma experiência real a menos que tenha corrido de fraldas. A verdade é que eu tinha o superpoder da concentração. Mesmo quando tive de usar fraldas, não tive muita dificuldade para processar o que estava a acontecer. Isso acontecia em segundo plano, mas eu estava tão concentrado no que estava a fazer que, fora da pista, isso tornou-se mais um inconveniente e um incómodo do que um problema. Mas basicamente, eu tinha que andar de fraldas, então os desafios eram muitos", recorda, de forma também a consciencializar para a doença e a desmistificar e despreocupar os jovens que a padecem.

"As pessoas com colite ulcerativa tendem a sentir-se mais envergonhadas do que qualquer outra coisa. E muitos médicos pioram a situação confundindo-as com conversas sobre medicamentos e tratamentos. Eu controlei totalmente a minha condição com dieta e exercícios. As pessoas precisam de saber que você pode conviver com a doença e fazer o que quiser, especialmente as crianças", prosseguiu Scott Speed, norte-americano que competiu no GP2, na NASCAR, em IndyCar, em Rallycross, Fórmula E, entre outras modalidades automobilísticas.

A colite ulcerativa é uma inflamação crónica que atinge o intestino grosso que causa crises cujos sintomas incluem diarreia com sangue, dores e febre. Speed teve anemia e disseram-lhe que precisava de transfusões de sangue. Depois conheceu um médico que lhe deu ferro por via intravenosa e pôde controlar a situação e as hemorragias.