Pequim'2022: Bicampeão sueco doa medalha a filha de dissidente chinês detido

epa09749599 Gold medalist Nils van der Poel of Sweden poses during the medal ceremony for the Men's Speed Skating 10000m event at the Beijing 2022 Olympic Games, Beijing, China, 12 February 2022. EPA/FAZRY ISMAIL
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O patinador Niels van der Poel deu uma das duas medalhas olímpicas conquistadas nos Jogos de Inverno à filha de um livreiro sueco de origem chinesa, atualmente detido por criticar o regime da China.
A doação da medalha conseguida na prova de patinagem de velocidade dos 5.000 metros a Angela Gui foi, de acordo com a Amnistia Internacional, uma forma de protestar contra a política de direitos humanos do governo de Pequim.
Niels van der Poel, que também se sagrou campeão nos 10.000 metros, criticou duramente o regime chinês quando regressou dos Jogos Olímpicos de Inverno, que terminaram no domingo passado.
Em fevereiro de 2020, o livreiro e ativista sueco Gui Minhai foi condenado a dez anos de prisão pelas autoridades chinesas por "prestar serviços ilegais de inteligência a países estrangeiros".
Os problemas de Gui Minhai com o regime chinês começaram no outono de 2015, quando cinco editores e livreiros de Hong Kong que vendiam livros críticos do Partido Comunista Chinês desapareceram misteriosamente, para reaparecerem sob custódia da China volvidos alguns meses.
Após cumprir uma sentença de dois anos, o livreiro foi libertado em outubro de 2017, mas, meses depois, foi preso novamente pelas autoridades chinesas quando viajava num comboio para Pequim, acompanhado por diplomatas suecos, processo que culminou com a condenação anunciada em fevereiro de 2020.
O caso de Gui Minhai tem causado fortes tensões diplomáticas entre Estocolmo e Pequim.
