Mijaín Lopez, de 43 anos, repetiu em Paris'2024 as vitórias na categoria de 130 kg na luta greco-romana em Pequim'2008, Londres'2012, Rio'2016 e Tóquio'2020, num historial que conta ainda com cinco títulos de campeão do mundo
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O antigo lutador cubano Mijaín Lopez, o único desportista com cinco medalhas de ouro consecutivas na mesma categoria, defendeu a abertura do seu país ao resto do mundo, pelo menos no domínio desportivo.
Mijaín Lopez, de 43 anos, repetiu em Paris'2024 as vitórias na categoria de 130 kg na luta greco-romana em Pequim'2008, Londres'2012, Rio'2016 e Tóquio'2020, num historial que conta ainda com cinco títulos de campeão do mundo.
"O desporto cubano atravessa um momento muito delicado", reconheceu, em entrevista à agência noticiosa francesa, em São Paulo, durante a COB Expo, prosseguindo com uma mensagem muito pouco habitual entre os desportistas cubanos: "Deve haver uma mudança".
O gigante de Herradura, uma pequena localidade no este do país, assinalou esta necessidade, tendo em conta modalidades como o basebol, o boxe e, também, a luta.
"Perdemos muitos talentos. A emigração [eufemismo para a deserção dos atletas nas deslocações ao estrangeiro] é uma das causas para a situação atual, sendo que os centros de treino também se deterioraram", advertiu.
Questionado sobre se alguma vez pensou deixar Cuba, o lutador foi perentório.
"Eu sou cubado, continuarei cubano e vou morrer cubano. Nunca duvidei disso. Sempre tive a mentalidade de conquistar uma medalha para todo o povo de Cuba. Se não se respeita o seu país, não respeitas ninguém", vincou, excluindo, por completo, um eventual regresso à competição para disputar o torneio de Los Angeles2028, sugerido pelo seu compatriota e também lutador Yasmani Acosta.
Apesar disso, Mijaín Lopez admite que sente falta da competição, enaltecendo o significado do feito conquistado nas últimas cinco edições dos Jogos:
"As medalhas representam a consistência de tudo o que conquistei na minha carreira, na minha vida pessoal, na minha vida profissional", concluiu.
Cuba, uma tradicional potência desportiva latino-americana, conquistou em Paris'2024 duas medalhas de ouro, uma de prata e seis de bronze, o pior desempenho desde Barcelona'1992, com 14 ouros, seis pratas e 11 bronzes, após boicotar Los Angeles'1984 e Seul'1988.