Pelayo Sánchez vence sétima etapa: “Desde o início do Giro, tentei poupar energia"
Ainda não foi desta que Alaphilippe regressou aos triunfos por culpa de Sánchez
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O jovem Pelayo Sánchez arruinou hoje o regresso à glória de Julian Alaphilippe, estreando-se a vencer em grandes Voltas na sétima etapa da Volta a Itália em bicicleta, em que o ‘sterrato’ proporcionou espetáculo mas não alterou a geral.
O triunfo do francês da Soudal Quick-Step pareceu iminente, mas o antigo bicampeão mundial (2020 e 2021) e anterior figura grande do pelotão mundial, atualmente ‘caído em desgraça’ pela ausência de resultados, arrancou demasiado cedo e foi superado perto do risco pelo espanhol da Movistar, primeiro a cortar a meta em Rapolano Terme, com o tempo de 04:01.08 horas.
Vindo da fuga do dia, Pelayo Sánchez, de 24 anos, estreou-se a vencer em grandes Voltas, na sua terceira participação – esteve duas vezes na Vuelta -, revelando-se “sem palavras”.
“Desde o início do Giro, tentei poupar energia, por saber que não estava na forma ideal para estar na frente nos primeiros dias. Por isso, tentei poupar energia para hoje e pude estar na fuga, mas nunca imaginei que iria vencer a etapa, é de loucos”, resumiu o vencedor, que deixou o terceiro classificado, o também ‘fugitivo’ australiano Luke Plapp (Jayco AlUla), a um segundo.
Apesar das belas imagens que proporcionou na jornada de hoje, a temível gravilha só conseguiu ‘assustar’ o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), mas o terceiro da geral chegaria à meta no grupo do camisola rosa, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) que viveu uma etapa tranquila, tal como o seu ‘vice’ na geral, o britânico Geraint Thomas (INEOS).
Os 180 quilómetros entre Torre del Lago Puccini e Rapolano Terme apresentavam como aliciante o icónico ‘sterrato’ das estradas toscanas, que, como a história recente indica, tem tanto de belo como de perigoso e que poderia funcionar como uma ‘armadilha’ para os homens da geral.
Talvez por isso, o pelotão, com as ‘baixas’ confirmadas de Michael Woods (Israel-Premier Tech) e da recente ‘sensação’ Florian Lipowitz (BORA-hansgrohe), o surpreendente terceiro classificado da Volta à Romandia que abandonou por doença, tardou em ‘autorizar’ a formação de uma fuga, com as tentativas a sucederem-se com nomes menos e mais conhecidos, como Alaphilippe.
Vencedor da Strade Bianche em 2019, ‘Loulou’, em estreia na ‘corsa rosa’, esteve particularmente irrequieto nas estradas que tão bem conhece, tentando reeditar na ‘mini’ versão da popular clássica italiana as suas melhores prestações.
Alaphilippe haveria de ser, finalmente, bem-sucedido a uns 80 quilómetros da meta, na companhia de Sánchez, Plapp, Matteo Trentin (Tudor), Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), Andrea Vendrame (Decathlon AG2R La Mondiale) e Filippo Fiorelli (VF Group-Bardiani CSF-Faizanè), com os sete a construírem uma vantagem que ultrapassou os três minutos.
Mais preocupadas em posicionar os seus líderes na frente – particularmente a INEOS -, para evitarem sustos nos setores de gravilha, as principais equipas do pelotão foram deixando momentaneamente os fugitivos ganharem espaço entre o pó, antes de reduzirem a diferença a cerca de 40 quilómetros da meta, altura em que Martínez caiu.
O colombiano involuntariamente ‘cortou’ o grupo de favoritos, mas os candidatos reunir-se-iam pouco depois, quando Alaphilippe já estava isolado apenas na companhia de Plapp e Sánchez.
O espanhol saiu de estrada a pouco mais de 10 quilómetros da meta, atrapalhou o francês, mas os dois ainda voltaram a ‘encostar’ no australiano da Jayco AlUla, com os três a conseguirem segurar uma ténue vantagem para discutir a tirada entre si. Levou a melhor o espanhol, que negou a ‘Loulou’ o primeiro triunfo em ‘grandes’ desde o Tour2021 e o primeiro desde a segunda etapa do Critério do Dauphiné, em junho passado.
O grupo de favoritos chegou a 29 segundos, com Pogacar a manter as distâncias para os seus perseguidores, antes do ‘crono’ da sétima etapa: Thomas é segundo a 46 segundos, enquanto Martínez é terceiro, a 47.
Rui Oliveira (UAE Emirates) chegou no grupeto dos sprinters, a 20.33 minutos, e vai iniciar os 40,6 quilómetros de exercício individual contra o cronómetro, entre Foligno e Perugia, onde está instalada uma contagem de montanha de quarta categoria, na 156.º posição da geral, a mais de uma hora do seu companheiro de equipa esloveno.