Pedrosa e Campos abdicaram de duas provas antes do Mundial: "Vamos chegar muito bem preparados"

Hugo Campos e João Pedrosa
Carlos Carneiro
Dupla inicia na madrugada de sexta-feira (00h30) a segunda participação num Mundial. "Oitavos" são um objetivo realista
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João Pedrosa e Hugo Campos formam dupla no voleibol de praia e, se começaram como uma grande promessa da modalidade, foram-se consolidando entre os melhores do mundo, tendo recentemente batido a dupla número um do ranking. Com a estreia no Mundial (em Adelaide, Austrália) marcada para a madrugada de sexta-feira (00h30), falaram com O JOGO ainda em Portugal, mostrando-se confiantes para a segunda participação na prova. "É a última competição do ano, vamos aproveitar isso, chegando muito bem preparados", garante João Pedrosa.
Hugo Campos revela que o plano passa por chegar aos oitavos de final, o que considera como realista: "O grande objetivo desta época era apurarmo-nos para o Mundial e conseguimos fazê-lo pelo ranking, o que foi um bónus para nós e que nos deixou muito contentes. Queremos chegar aos "oitavos" e, tendo em conta o nosso grupo, acho que conseguimos fazê-lo".
Os portugueses vão defrontar os cubanos Noslen Diaz e Jorge Alayo - "uma das melhores duplas do mundo" -, os neozelandeses Brad Fuller e Ben O'Dea e a dupla do Benim, Yacoubou/Tohouegn. Ganhar aos melhores até já não é novidade para o par luso, que recentemente bateu os noruegueses Anders Mol e Christian Sorum, que ocupam o primeiro lugar mundial. "Foi muito bom, como é óbvio. Acho que não percebemos muito bem o que tínhamos feito, só quando acabou mesmo o jogo... Porque era mais um. Só quando acabou é que tomámos consciência de que ganháramos à dupla número um do mundo. Mas claro, foi muito bom", recorda Campos.
Desde 2019 a trabalhar com vista a uma participação nos Jogos Olímpicos, a dupla foi-se fixando entre a elite do voleibol de praia. "É um motivo para estarmos felizes, é sinal de que o nosso trabalho está a ir no caminho certo. E, sinceramente, quando iniciámos este projeto, o nosso sonho era estar nos Jogos Olímpicos, estar no meio das melhores duplas do mundo e, se calhar, esses momentos chegaram até um pouquinho mais cedo do que esperávamos. Portanto, é mesmo sinal de que estamos a fazer um bom trabalho e de que, se continuarmos, podemos chegar a Los Angeles", afirma Pedrosa, que elege o primeiro título conquistado como o melhor momento da carreira da dupla: "O que mais nos marcou? Talvez quando ganhámos a nossa primeira medalha de ouro, no Challenge do Canadá [n.d.r.: em 2023]. Costumam dizer que a primeira vez é sempre mais marcante e é mesmo. Foi um momento muito especial, sempre sonhámos com isso e não estávamos à espera que chegasse tão cedo. Acho que foi o momento mais especial."
Os dois falam também da consistência como a maior dificuldade que se coloca ao longo do tempo: "Como estamos quase 12 meses seguidos a jogar, conseguir manter o mesmo nível todos os dias, todos os torneios, em sítios diferentes, com calor, frio, chuva, sol, é o maior desafio que temos. Felizmente é igual para todos. Mas acho que, aos poucos, já nos vamos habituando."

Abdicaram de jogar duas provas
O treinador, Ricardo Rocha, concorda com os jogadores no que à preparação diz respeito. "Se estão prontos? Pensamos que sim. Abdicámos de jogar duas provas para preparar melhor o Mundial e chegar lá na máxima força", revela, explicando que optaram por uma estratégia diferente do habitual: "Tivemos duas semanas sozinhos. Já não tínhamos há algum tempo e precisávamos, para mudar algumas coisas que não estavam a correr tão bem, melhorar os índices físicos e táticos, principalmente, e tentar chegar à Austrália no nosso melhor nível. Um nível que já apresentámos algumas vezes este ano. O primeiro objetivo é disputar o primeiro lugar do grupo".

Parte II:
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