Pedro Silva: "Não me arrependo de nada, se ganhasse ia ser uma vitória bonita"
Declarações no final da primeira etapa da 86.ª Volta a Portugal em bicicleta, disputada esta quinta-feira entre Viana do Castelo e o Santuário do Sameiro (Braga), num total de 162,3 quilómetros
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Pedro Silva (ciclista da Anicolor-Tien21): “Era uma etapa que eu gostava muito de ganhar, porque estava próximo da minha casa. E também tenho que agradecer ao Rubén [Pereira, o diretor desportivo], e ao Artem [Nych] por me darem a liberdade de tentar discutir esta etapa. Faltaram 200 metros e não fui o mais forte hoje, mas vou continuar a lutar para ganhar uma etapa nesta Volta a Portugal e ajudar o Artem a ganhar a Volta, que é o mais importante. Eu treinei muitas vezes aqui nesta subida. Sabia que tinha uma palavra forte a dizer nesta chegada. Arrisquei de longe, se calhar devia ter deixado para os últimos metros. Mas não me arrependo de nada, porque acho que se ganhasse ia ser uma vitória bonita. Isso é o que mais importa, é desfrutar do que fazemos e estarmos felizes”.
Nicolás Tivani (vencedor da etapa, segundo da geral individual e líder das classificações por pontos e da montanha): “Em primeiro lugar, acreditávamos que podíamos chegar à amarela hoje. Tentámos várias vezes, mas o Rafa [Reis] defendeu-se muito bem. A verdade é que começar desta maneira a Volta a Portugal é muito importante. Vamos dia a dia, vamos tentar fazer uma boa classificação na geral e, se não der, procurar ganhar etapas. Começámos bem e isso é o importante. Amanhã [sexta-feira], vamos tentar ficar com a amarela, mas sabemos que todas as equipas se prepararam muito bem para esta Volta. É uma prova muito importante para toda a Europa, todo o mundo. Estamos muito felizes com esta vitória. Acho que a equipa merecia. Tentei durante todo o ano e, finalmente, aconteceu aqui na Volta a Portugal, o que é muito bom. Estava um pouco cansado de ser sempre segundo. Se não me engano, foram oito ou nove este ano”.
Rafael Reis (líder da geral individual): “Acabou por ser um dia bastante bom. Era uma subida em que sabíamos que podíamos defender a camisola amarela e acabámos por decidir tentar fazer isso e também dar a oportunidade ao Pedro [Silva]. O Pedro é um excelente corredor, a equipa trabalhou bastante bem de início para ‘escolher’ a fuga que nos desse mais jeito. Acabámos por conseguir controlar bem a etapa, com o Fábio [Costa]. O Pedro teve aqui uma oportunidade de ouro para tentar vencer a etapa. Infelizmente, não conseguiu. Para nós, ia ser uma festa, porque o Pedro é um corredor que merece. Acabámos por, no final, também conseguir defender a amarela. Sabíamos que o Tivani ia estar muito forte para hoje também. Era uma oportunidade de ouro para eles e amanhã [sexta-feira] também é uma oportunidade muito boa para um corredor como o Tivani. A equipa do Louletano nota-se que está à procura de tentar a amarela e isso também é bastante bom para nós. Tira-nos um pouco o peso de sermos camisola amarela, porque sabemos que as outras equipas também querem as oportunidades e sabemos que a Volta é o que nos traz também bastante visibilidade. Eu sei que ele [Pedro Silva] me respeita muito e foi para lhe dar coragem para ele tentar. Ele tinha a liberdade para o fazer. A equipa também sabe aquilo que pode contar comigo. Eu já fiz o meu trabalho ontem [quarta-feira] e agora vamos desfrutar mais um dia de camisola amarela. Estou bastante contente também por me ter conseguido defender. É fruto também de muito trabalho. Mas também acaba por ser uma subida em que eu me consigo defender, porque é uma subida feita em ‘escadas’. Temos partes inclinadas e partes mais fáceis, em que na roda conseguimos respirar e defendermo-nos. E, depois, a parte final acaba por ser mais fácil. Dá para guardarmos as energias e na roda não perder tempo”.