Secretário de Estado do Desporto foi a Budapeste apoiar e reconhecer o trabalho da Seleção de judo nos Mundiais
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O secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, garantiu esta quarta-feira que a sua presença nos Mundiais de judo em Budapeste visa apoiar e reconhecer o trabalho da Seleção, e não é um sinal de particular de apoio à federação, que tem atravessado graves problemas.
“O propósito da presença de um membro do Governo é estar presente como reconhecimento nas grandes competições internacionais. A Federação Portuguesa de Judo (FPJ) ultrapassou a situação [incumprimento financeiro com a Federação Internacional – FIJ] e o estar aqui nada tem a ver com isso, mas com o facto de termos aqui sete atletas, uma Seleção Nacional a representar o nosso país”, vincou o dirigente.
Em declarações à Lusa, Pedro Dias, reconduzido na pasta do desporto, abordava a suspensão, decretada em maio pela FIJ à FPJ, devido a uma dívida de 800 mil euros ao organismo respeitante às organizações dos Grand Prix de 2023 e 2024, e dos Mundiais de juniores em 2023.
“O Governo tentará estar sempre junto dos nossos atletas e Seleções Nacionais nas fases finais das grandes competições internacionais, como é o caso deste Campeonato do Mundo. O objetivo da nossa presença é o reconhecimento pelo trabalho árduo que fazem os clubes, as federações e, neste caso em particular, no judo, chegar a estes palcos e terem resultados de excelência, o objetivo no alto rendimento”, completou.
O cenário de incumprimento da FPJ deixava os sete judocas lusos impedidos de participarem nos Mundiais sob bandeira portuguesa, mas com a possibilidade de competirem com as insígnias da FIJ, à semelhança do que acontece com russos e bielorrussos.
A situação acabou por ser mediada pelo presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Fernando Gomes, em reunião mantida em Budapeste em 04 de junho com o presidente da FIJ, Marius Vizer, o presidente da FPJ, Sérgio Pina, e o presidente da Liga Europeia de Natação (LEN), António Silva.
Nesse contexto, a FPJ avançou com uma parte da verba em dívida, levando a federação internacional a levantar a suspensão, o que permitiu que os judocas portugueses pudessem competir na capital húngara com estatuto nacional.
Pedro Dias, que está em périplo europeu para acompanhar outras seleções, valorizou ainda o histórico da modalidade, que nos últimos três ciclos olímpicos foi medalha, nomeadamente os bronzes de Telma Monteiro no Rio'2016, Jorge Fonseca em Tóquio'2020 e Patrícia Sampaio em Paris'2024.
Em Budapeste, Pedro Dias assistiu à primeira medalha de Portugal nos Mundiais, de Patrícia Sampaio na categoria de -78 kg, êxito que, ainda assim, não deixou a atleta contente.
“Sim, a Patrícia não está satisfeita. Isso é muito positivo e estou seguro de que nenhum dos sete atletas que estiveram aqui a representar Portugal está satisfeito. São ambiciosos”, justificou.
Recordou que “o compromisso com o país é algo que tem que estar sempre presente nestas competições em que se representa Portugal” e que a única coisa que se espera dos desportistas nestas condições é “responsabilidade, compromisso e ambição”.
“Foi o que aconteceu aqui. Seguramente que eles queriam mais, todos eles”, completou, destacando a primeira medalha da campeã europeia Patrícia Sampaio como sénior em campeonatos do mundo da atleta atual líder do ranking mundial e que foi também medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Paris2024.