Paulo Jorge Pereira: "Temos um grupo de atletas que permite sonhar alto"
ENTREVISTA, PARTE II - Seleção Nacional tem vindo a crescer de forma sustentada, já está entre as melhores do mundo e pode pensar em medalhas. Paulo Jorge Pereira recordou que os bons resultados da Seleção de andebol não são de agora e remeteu para os Europeus de 2020 e 2024, fazendo ainda uma revelação.
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O quarto lugar no Campeonato do Mundo de andebol, alcançado este mês, foi a melhor classificação de sempre da Seleção Nacional. Mas os registos históricos têm-se sucedido com regularidade desde que Paulo Jorge Pereira assumiu os destinos, em 2016, daqueles a chamou de Heróis do Mar. “Se não colocarmos objetivos ambiciosos, estamos a acreditar pouco no que podemos fazer. Já estivemos muito perto no Mundial anterior, quando empatamos com o Brasil com aquele famoso livre de sete metros”, respondeu Paulo Jorge Pereira ao facto de ter apontado os quartos de final como meta para a prova que Portugal jogou em Oslo, na Noruega.
“Objetivos altos mantêm-nos em alerta, ajudam a focar. Isso, se calhar, não aconteceria se a meta fosse apenas melhorar o décimo lugar (Egito’2021)”, continuou, revelando que a vontade de chegar às medalhas, apenas mais tarde tornada pública, havia sido assumida em grupo: “Internamente já lhes tinha dito que não queria morrer sem ter uma medalha e não é loucura quando digo que é possível chegar às medalhas. Deixei cair essa frase durante a conversa, toda a gente reagiu bem, mas mantivemo-nos focados nos quartos de final”. E disse mais: “As medalhas são um objetivo desde sempre e não só com Portugal. Coloco sempre metas ambiciosas, para arrastar os outros. É claro que os fatores emocionais acabam por estar interligados e essa vontade por Portugal é sempre mais forte. Mas não ando obcecado com isso, vamos é viver obcecados em fazer cada vez melhor”.