Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol: "Vamos bailar com a mais bonita da festa..."
Portugal vai atacar mais uma grande prova. Passar ao Main-round do Europeu de andebol é a primeira meta e defrontar a Dinamarca um privilégio
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A navegação dos Heróis do Mar já deu à “costa” na Alemanha, mais concretamente em Munique, onde esta quimnta-feirea inicia a participação no XVI Campeonato da Europa de andebol, a oitava presença de Portugal na prova continental. Será, também, a 14.ª grande competição da Seleção Nacional, que regista ainda cinco atuações em Campeonatos do Mundo e uma nuns Jogos Olímpicos - os de 2020, disputados no Japão no ano seguinte, sendo o andebol a única modalidade coletiva portuguesa de pavilhão que alcançou o Olimpo.
E, nesta edição do Europeu, voltar a uma presença nos torneios pré-olímpicos é uma das grandes metas dos navegadores de Paulo Jorge Pereira, o mais bem sucedido selecionador nacional de andebol de sempre - assinou com a Federação em 2016, tendo falhado os apuramentos para o Europeu Croácia’2018 e para o Mundial Alemanha/Dinamarca’2019, mas colocando Portugal, ao fim de 14 anos, numa grande competição, o Campeonato da Europa de 2020.
Nesse Europeu, os Heróis do Mar atracaram na sexta posição, a melhor classificação de sempre da Seleção numa competição deste nível. A partir daí, foi sempre a faturar, na fase mais bonita da equipa das Quinas. A melhor, antes dessa, teve a assinatura do espanhol Javier Garcia Custa. Tendo agora 76 anos, chegou em agosto de 1999 e apurou Portugal para o Euro Croácia’2000, Mundial de França’2001, Euro Suécia’2002, fez o Mundial de Portugal’2003, qualificou a equipa das Quinas para o Euro Eslovénia’2004 e ainda fez, com êxito, o pré-apuramento para o Euro Suíça’2006. A última vez que Portugal fez parte de um grande elenco até surgir Paulo Jorge Pereira
A Seleção Nacional, que tem como primeiro objetivo aceder ao Main Round - passam os dois primeiros -, começa por defrontar a Grécia, amanhã, às 17 horas (RTP 2). “Eu não olho muito para as estatísticas, mas, até por ser a primeira participação, isso pode ser uma vantagem para eles. Não têm nada a perder, vêm com as emoções todas em alta, têm aquela ilusão de participar pela primeira vez e sentirem que podem fazer algo. Além disso, o andebol grego tem melhorado bastante nos últimos anos”, analisou o selecionador nacional.
“Temos que estar muito concentrados para resolver alguns problemas que eles normalmente colocam aos adversários”, aconselhou o técnico portuense de 58 anos.
“A Chéquia é uma seleção muito séria, nós temos que estar num nível elevado para vencer. Acreditamos que podemos fazê-lo mas temos que ser muito competentes. Mas, para já, só pensamos na Grécia, não pensamos muito na República Checa”, disse Paulo Jorge aquando da análise ao segundo adversário nesta primeira fase
Na segunda-feira, dia 15, Portugal tem a terceira e última partida desta primeira fase. O adversário é a Dinamarca, tricampeã mundial em título (2019, 2021 e 2023) e finalista das duas últimas edições dos Jogos olímpicos. Porém, aos nórdicos tem escapado o título continental (2008 e 2012).
“Será que precisamos desse jogo? Não precisamos ou precisamos sempre porque não é a mesma coisa no caso de termos ganho os dois jogos iniciais, ir sem pontos ou com pontos, mas também não é a mesma coisa estar apurado ou não estar apurado. Portanto, vamos bailar com a mais bonita da festa e isso, para nós, é um privilégio”, sentenciou o selecionador.