Paulo Jorge Pereira a O JOGO: "Portugal podia e devia estar mais à frente"
ENTREVISTA, PARTE I - Paulo Jorge Pereira abriu o coração a O JOGO, falando de si e do desporto português. Muitos temas foram abordados nesta viagem em que se procurou passar em revista 40 anos de desporto em Portugal. O selecionador ainda recordou o futebol na rua (e a descer) e a “Gabriela Cravo e Canela”.
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“Destes últimos 40 anos, tinha eu 20 e estava no Algarve, lembro-me de chorar por causa do Carlos Lopes e, quatro anos mais tarde, pela Rosa Mota. O pai de um amigo nosso da praia deixou-nos ir a casa dele ver os Jogos Olímpicos. Ficamos abraçados e senti um grande orgulho em ser português”. Paulo Jorge Pereira, o responsável por um dos mais recentes feitos do desporto luso, ao levar a Seleção Nacional de andebol ao quarto lugar no Campeonato do Mundo que se jogou há poucas semanas, passou em revista a matéria das últimas quatro décadas. Mas o selecionador, no desenrolar do novelo de memórias, também falou, ao de leve, da “Gabriela” e do “Espaço 1999”, telenovela e série que marcaram uma geração.
“Quando o FC Porto foi campeão europeu pela primeira vez eu estava na tropa. Cheguei ao Porto, fardado, vindo de Mafra, de camioneta, e deparei-me com um ambiente de verdadeiro São João”, contou o técnico de 59 anos, nascido em Padronelo, Amarante, mas tendo mudado com os pais para a Invicta quando tinha um ano. “É claro que também vibrei com essa conquista, e depois com as que se seguiram. Cheguei a ser sócio do FC Porto, de cativo, num ano em que sobrou um lugar, mas nunca soube onde era. Quando ia ao futebol era para a arquibancada, com os meus amigos”, revelou quem acha que “o futebol tem feito muito pelo desporto nacional”.