Paulo Jorge Pereira assume facilidade na gestão da convocatória
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O selecionador de andebol Paulo Jorge Pereira assegurou que foi "muito fácil" comunicar aos laterais Gilberto Duarte e Diogo Silva as respetivas ausências da derradeira convocatória para os Jogos Olímpicos Tóquio'2020.
"Foi muito fácil, porque eles já sabiam as regras de jogo. Nunca é fácil quando ficam muitas coisas penduradas. Eu tive uma conversa com todos, sobretudo com aqueles que poderiam estar mais em dúvida. O Gilberto teve um ótimo comportamento no estágio e sabia que o mais certo era não viajar", vincou o técnico, em conferência de imprensa.
Depois de ter reduzido os pré-eleitos para 19, com a saída de André José, do ABC, na terça-feira, Paulo Jorge Pereira descartou o esquerdino do Montpellier, que falhou o Euro'2020 por lesão, e o lateral-direito Diogo Silva, do FC Porto, da lista final.
"Temos de estar agradecidos ao Gilberto Duarte por nos ter ajudado a preparar a equipa para seguirmos para a competição. As pessoas aplicaram-se ao máximo, mas sabiam quais eram as regras. Se a gestão das expectativas for feita com equilíbrio, é mais fácil para eles e para mim, na hora de decidir aquilo que é melhor para o grupo", agregou.
A convocatória inclui um suplente, cujo nome não foi divulgado e pode variar de jogo para jogo, e dois jogadores, o ponta-esquerda Leonel Fernandes, do FC Porto, e o guarda-redes Manuel Gaspar, do Sporting, que só podem substituir outros por motivos clínicos.
"Optámos por levar quatro pivots, pelo que tivemos de sacrificar um posto e levamos só um ponta-esquerdo, que é o Diogo Branquinho. Se acontecer alguma coisa, o Leonel e o Gaspar estão prontos. Temos um jogador para poder recrutar a qualquer momento. Já o posto de guarda-redes é específico e há que garantir uma substituição rápida", explicou.
Portugal parte no sábado para a capital do Japão, via aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e chegará no dia seguinte, após 16 horas de viagem, tendo já efetuado ao longo desta semana uma adaptação aos horários do país que acolhe os Jogos Olímpicos.
"As nossas preocupações neste momento são muito associadas ao "jet lag". A cada dia desta semana fomos roubando meia hora e houve um antecipar de acontecimentos. Vamos ter de sofrer lá um bocado, mas sofreremos um bocadinho menos. Cada corpo reage de maneira diferente e vamos tentar que todos comecem a entrar na hora de Tóquio. É uma preocupação grande, porque pode ter um efeito negativo", advertiu.
A seleção de andebol masculino vai ser a primeira representante portuguesa em competições olímpicas oficiais de modalidades de pavilhão, com Paulo Jorge Pereira a observar um grupo "mentalmente cada vez mais forte" após três semanas de estágio.
"A chegada à aldeia olímpica é uma coisa diferente para todos e excecional. Quando aquilo começar a rolar, já estamos em competição e não pensamos muito em fazer história. Sem uma forma de estar altamente competitiva não temos nada. Depois, eles foram crescendo individualmente e beneficiamos como grupo de tudo isso", analisou.
No Grupo B, a equipa das "quinas" vai defrontar Egito (24 de julho), Bahrain (26), Suécia (28), Dinamarca (30) e Japão (01 de agosto), no Ginásio Nacional Yoyogi, em Tóquio, sendo que os quatro primeiros colocados qualificam-se para a ronda eliminatória.
"O Egito é uma seleção fortíssima. Estamos a preparar esse jogo o melhor possível, não só por ser o primeiro, mas porque eles podem ganhar a qualquer seleção. No Mundial2021, o Egito foi eliminado nos penáltis pela Dinamarca, atual campeã do mundo. Apresenta um modelo de jogo complexo, sólido e muito bem trabalhado", projetou.
Antes da estreia olímpica, Portugal vai medir forças num encontro particular com a Argentina, aprazado para quarta-feira, na sequência de uma derrota frente ao Brasil (28-34) e um duplo compromisso com a Espanha (triunfo por 32-31 e desaire por 32-38).
"Teoricamente, não podemos dizer que o Bahrain está ao nível da Dinamarca. Agora, podemos perder contra o Bahrain com um mau jogo nosso. Todas as seleções são fortíssimas e vão com muita ambição. Isto de ir aos Jogos Olímpicos passa por essa loucura de lutar por medalhas. Somos novos nisto, mas temos muita ambição", concluiu.