Patrícia Sampaio: "Dois anos de lesões e cirurgias, acho que foi mesmo um renascimento"
A judoca Patrícia Sampaio considerou que vive uma espécie de “renascimento” e daí a emoção demonstrada após conquistar a medalha de bronze nos Europeus, em Montpellier.
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“Foi um misto de tantas emoções boas, de todo o tempo que estive afastada, sem competir, e ao sentir que tinha conquistado isto, estava, simplesmente, radiante. Foi incrível”, disse a judoca.
Logo após pontuar para ippon, ainda antes do meio do combate diante da neerlandesa Guusje Steenhuis, e garantir a sua primeira medalha em Europeus de seniores, a judoca de Tomar deixou-se cair de costas no tatami e tapou o rosto, a conter as emoções.
Para trás, Patrícia Sampaio, de 24 anos, sentiu que deixou todas as lesões que a afetaram, especialmente entre 2020 e 2022, e que durante muito tempo pareciam estar a travar uma carreira tão promissora.
“É um renascimento, sim. De uns períodos complicados que tive, de voltar a estar no topo, aliás, estar mais no topo do que nunca, depois de dois anos de lesões e cirurgias, acho que foi mesmo um renascimento”, considerou.
Este ano, ao contrário dos outros, tem sido quase de excelência para a judoca, que tem acumulado medalhas: ouro no Grand Prix de Portugal, prata no Grand Slam de Barysy, no Cazaquistão, e bronzes nos Grand Slam de Telavive, Tashkent, Antália e Ulan-Bator.
No combate com Guusje Steenhuis, a judoca lusa destacou ainda a importância de reencontrar a neerlandesa, com quem tinha perdido nas meias-finais dos Europeus de 2022, em Sófia, lesionando-se com gravidade no ombro.
“Não vou dizer receio, mas era quase isso. De voltar a enfrentá-la, acho que precisava de voltar a lutar com ela para ultrapassar isso, essa coisa que tinha de me ter magoado da última vez que tinha lutado com ela”, acrescentou.
Um contexto que tornou o dia quase perfeito para Patrícia Sampaio, embora a judoca não se contente com o bronze e queira ainda outras medalhas.
Agora, fica a assunção de que 2023 está a ser ótimo, mas com a consciência de que tem tirado lições de cada competição, já a pensar no que isso lhe pode trazer daqui para a frente e, em especial, para Paris2024.
“A cada competição, vejo uma coisa que tenho de melhorar, ou que melhorei e tenho de continuar a fazer bem. E penso que isso tudo somado vai ser muito útil para os Jogos [Olímpicos]. Para fazer um trabalho muito útil até lá. Espero que seja um bom presságio para os Jogos, apesar de ser judo e muita coisa acontece”, considerou.
Patrícia Sampaio junta a medalha de hoje aos pódios Europeus nos escalões mais jovens, em cadetes (prata), juniores (dois ouros) e sub-23 (ouro), que, então, fizeram dela uma das promessas mais fortes do judo português.