"Passou-me a vida toda pela cabeça. Achavam que eu tinha ido para o outro lado"
Fernando Pimenta lembrou quando experimentou slalom, falou dos jogos olímpicos de 2016 e ainda contou quais os objetivos para o futuro.
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Em entrevista à Eleven Sports, Fernando Pimenta falou sobre a sua carreira, os jogos olímpicos de 2016 e os seus objetivos para o futuro.
"Só vi uma vez o vídeo da final dos jogos olímpicos de 2016. É das coisas mais injustas de sempre. Chorei durante 1 hora e meia. Depois disso desliguei, nem queria ouvir falar em desporto porque foi o dia mais duro da minha carreira", admitiu o canoísta olímpico, de 30 anos.
Fernando Pimenta lembrou ainda as condições da lagoa na prova que decorreu no Rio de Janeiro: "A seguir à prova da final dos jogos do Rio de Janeiro apresentámos uma queixa sobre as condições da lagoa, mas a reclamação tinha de ter chegado até 20 minutos depois da prova e chegou mais tarde do que isso. Não sabíamos dessa regra".
O canoísta português mais galardoado de sempre falou ainda da sua experiência no slalom e contou o que correu mal: "Aos 14 anos experimentei o slalom e correu mal. Virei por inexperiência, o rio tinha muita agitação, fiquei encalhado de cabeça para baixo e não conseguia sair do caiaque. Passou-me a vida toda pela cabeça. Os meus colegas achavam que eu tinha ido para o outro lado".
Fernando Pimenta conta no seu palmarés com títulos de campeão do Mundo e campeão da Europa, entre muitos outros, mas admitiu que só em 2018 se sentiu atleta profissional.
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"Só em 2018 quando assinei pelo Benfica é que me senti um atleta profissional. Por exemplo, nesta situação de pandemia o clube colocou uma equipa multidisciplinar à nossa disposição para tudo o que precisássemos. Desde médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas... é um suporte muito grande que não encontramos sequer na seleção", disse.
Fernando Pimenta falou ainda das perspetivas para o futuro: "Quero competir mais 7 ou 8 anos. Já não vou colher os frutos do que estou a plantar, mas quero fazê-lo pelos mais novos, vejo-os um pouco perdidos e alguns a abandonarem a alta competição. Se não houver apoios vamos perder muitos atletas".