Os detalhes do regresso da Liga MEO Surf: "Felizmente o nosso estádio é ao ar livre"
A resolução de Conselho de Ministros de 29 de maio e as características favoráveis da modalidade foram a luz verde para o início do principal campeonato nacional, que vai matar a fome de competição
Corpo do artigo
O palco mítico da Praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, regressado ao calendário nacional em 2018, vai servir de ponto de partida para a edição da Liga MEO Surf deste ano, entre os próximos dias 19 e 21. A competição arranca com quase três meses de atraso devido à pandemia, mas será o primeiro campeonato de surf a iniciar-se em todo o mundo e o terceiro desporto a fazê-lo em Portugal, depois da I Liga de futebol e do Nacional de Velocidade de motociclismo, este realizado no último fim de semana, no Estoril.
Desde que, a 29 de maio, saiu a resolução de Conselho de Ministros a autorizar provas de desportos individuais sem contacto físico, a Associação Nacional de Surfistas (ANS), com a ajuda da Federação Portuguesa de Surf e da Câmara da Figueira da Foz, colocou mãos à obra. "O plano de contingência não tem nada de extraordinário, mas dá uma boa resposta para diminuir o risco", diz o presidente da ANS, Francisco Rodrigues, a O JOGO, defendendo que "o surf vai ser um grande aliado na campanha que dá Portugal como um destino seguro". "Somos privilegiados por poder retomar a vida profissional dos surfistas, garantir o retorno dos seus patrocinadores e o seu próprio ritmo competitivo, porque, assim que forem retomadas as competições internacionais, eles já levam uma bagagem e vão estar melhor preparados", acrescenta.
Como o surf já estava numa situação mais favorável em relação a outros desportos - "felizmente o nosso estádio é ao ar livre", afirma Rodrigues -, a estrutura do evento vai ser reduzida ao mínimo, haverá controlo de acessos, medidas de proteção individual e cuidados no alojamento. Quanto à presença de público, "nem pensar". "A primazia aqui é ter espectáculo no mar e levá-lo a casa através da transmissão televisiva [SportTV] e das plataformas digitais. É ponto assente, não há nenhum apelo à presença de público. As praias não estão fechadas, mas qualquer pessoa que passe ao pé do nosso recinto é um veraneante, um utilizador da praia. Caso haja alguma situação de ajuntamento, seremos os primeiros a sensibilizar, mas as pessoas não serão convidadas como público", garante.
Grande adesão, mas sem Kikas
"Desde que anunciámos o regresso [anteontem], só ouvimos reações positivas, de todos a quererem voltar a vestir as licras, a ouvir o soar da buzina... A adesão vai ser grande. Teremos a grande maioria, se não todos os grandes surfistas portugueses", conta Francisco Rodrigues. Entre os presentes estarão os campeões em título, Miguel Blanco e Yolanda Hopkins, havendo apenas uma baixa de vulto: Frederico Morais. "Ele tem exclusividade com a World Surf League. Seria muito bom que ele pudesse participar, mas depende da WSL", explica.
Etapas: Algarve continua na calha
Além do Allianz Figueira Pro, a ANS já está a preparar o Allianz Ericeira Pro, que era para ter sido a prova inaugural deste ano, mas que se realizará entre 3 e 5 de julho. Antes da pausa de verão, há uma terceira etapa dada como "a definir", que deverá ser no Algarve, como estava previsto no programa original. "Continuamos a trabalhar com quem de direito para isso", assegura Francisco Rodrigues.
Calendário: Faltam ajustes da WSL
A temporada fechará com o Renault Porto Pro e o Bom Petisco Cascais Pro, mas ambas as etapas estão dependentes dos ajustes do calendário internacional para serem marcadas. A World Surf League adiou para julho a tomada de decisões quanto ao circuito mundial, do qual faz parte o MEO Rip Curl Pro Portugal, em outubro, na Praia de Supertubos, em Peniche.