Sueco de 22 anos é favorito no WRC2 e no ano passado os seus piões tornaram-no num dos prediletos do público. Ele retribui a paixão
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“Eu amo o Rali de Portugal!”, respondeu Oliver Solberg a O JOGO, logo como início de conversa. Há um ano, uma penalização de um minuto em Lousada, por ter feito piões no final da superespecial, custou-lhe a vitória no WRC2 mas colocou-o no coração dos portugueses. O sueco de 22 anos passou a ser o rapaz dos “donuts”.
“É um dos meus ralis favoritos, é o melhor quanto aos fãs tão apaixonados, que são toda a gente... É uma atmosfera simplesmente incrível. Fazer os donuts foi culpa minha, mas, pelo menos, foi divertido”, contou agora, um ano depois, agradecendo as inúmeras mensagens de apoio que recebeu. Para ele, foram o mais importante. “Definitivamente”, disse, “com o apoio vindo do público, e tudo o que isso significou, no final de contas foi fácil recomeçar”. “Apesar de tudo foi um momento positivo, divertido e tornou-se muito popular. Foi porreiro, mas, obviamente que perder a vitória não foi bom. Foi muito amargo e dececionante nesse aspeto, mas agora está tudo bem”, reconheceu.
Fazer piões continua a ser proibido no Mundial de Ralis, mesmo num circuito fechado como o de Lousada - há um ano vários pilotos protestaram, defendendo o jovem sueco -, pelo que Solberg, em luta pelo título do WRC2, terá de ser mais contido. “Certamente vou comer donuts. Se os vou fazer, não tenho tanta certeza...”, atirou, rindo-se.
Oliver, filho de Petter Solberg, norueguês campeão mundial em 2003, e da sueca Pernilla Solberg, que também foi piloto, conquistou o título nórdico de ralicrosse aos 17 anos e no seguinte já se estreava em ralis do Mundial. Correu em Portugal pela primeira vez em 2021 e este ano terá a quarta presença.
“A parte divertida em torno do Rali de Portugal é, como já disse, a atmosfera. São as pessoas, os fãs. É um dos melhores da época e, claro, também tem um traçado muito bom. Mas é desafiante. É exigente, mas vale sempre pelo ambiente. É sempre bom vir cá”, completou.
O jovem Solberg foi piloto oficial da Hyundai em 2022, mas desde o ano passado corre o WRC2 com um Skoda Fabia. “O objetivo deste ano é muito simples: tentar alcançar o título de WRC2”, disse a O JOGO, sabendo estar bem encaminhado. Primeiro na Suécia e segundo no Safari do Quénia, reparte a liderança do Mundial com o francês Yohan Rossel. Mas na mente de Solberg não está só o WRC2, ele quer voltar à categoria dos Rally1. “Tenho 22 anos, obviamente o sonho é voltar ao WRC. Está a apenas um passo de distância e a ideia é voltar, sim. Mas ainda sou muito novo”, sublinhou.