O tufo de cabelo que é imagem de marca: o curioso estilo de Pogacar que virou notícia
Tadej Pogacar já colocou milhares a debater os cabelos que lhe saem do capacete, sempre à esquerda. E até se discute o aerodinamismo... Esloveno que domina o Tour assume que o cabelo ao vento é "um toque pessoal", que entretanto se transformou num "amuleto". Há adeptos que o imitam e o fabricante de capacetes está deliciado.
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"Devo cortar o cabelo que me sai do capacete?", perguntou Tadej Pogacar no Instagram, no início desta época. As reações foram aos milhares, e praticamente todas pedindo-lhe que não o fizesse. "Vai perder as forças, não faça isso", "Esse cabelo é glorioso, não cortes", "Não, isso melhora-te a aerodinâmica", "Deixa crescer, és uma estrela de rock", "Nunca, isso é marca registada de um vencedor" ou "Esse tufo é uma lenda" foram algumas das respostas, que praticamente explicam como algumas mechas de cabelo, sempre do lado esquerdo da cabeça do esloveno que lidera a Volta a França, se tornaram notícia.
O bivencedor do Tour, que já se encaminha para o tri e ameaça dominar o ciclismo como ninguém fez desde Eddy Merck, é tão demolidor em cima da bicicleta como desconcertante fora dela, revelando a irreverência própria dos seus 23 anos. Mas, mais do que os sorrisos ou respostas atrevidas em entrevistas, tem criado uma imagem de marca com os tufos de cabelo que lhe saltam do capacete, um Met Trenta 3K.
"Para mim, esta mecha de cabelo fora do capacete tornou-se quase num amuleto, um toque de boa sorte. É realmente algo de que gosto. A boa aparência faz parte do meu prazer ao andar de bicicleta e fico feliz ao ter o meu pequeno toque", explicou Pogacar ao "CyclingTips", quando lhe perguntaram o porquê da aparência original, mais visível desde a mudança para a UAE Emirates, em 2019, pois na anterior equipa, o modesto Ljubljana, tinha capacetes enormes. A longevidade da mecha de cabelo ao vento prova que o truque de marketing - os imitadores já são muitos - foi mesmo um gesto de irreverência.
Num desporto em que o aerodinamismo dita leis, já se colocou a questão da desvantagem do cabelo à solta. Sendo perfeitamente irrisória, levou o fabricante de capacetes a brincar, depois de provocado pelo site "CyclingTips". "Quando Tadej nos pediu para desenvolver um sistema de ventilação específico, aproveitamos a oportunidade. Após uma modelagem CAD rigorosa, definimos a melhor posição e forma de ventilação sem gerar arrasto adicional com o "tufo Tadej". Chamamos-lhe "Hair Vent". Após novos testes em túnel de vento, também descobrimos que o "tufo Tadej" aumentava a força descendente, o que acabou por lhe ser muito útil na descida do Mont Ventoux do ano passado", respondeu a Met, acrescentando logo estar a brincar. "Muito feliz" com a "assinatura Tadej", o fabricante aplaudiu o facto de no ciclismo ainda existir "diversão, mesmo com um tufo de cabelo", terminando com uma ideia cheia de humor: "As tranças serão o penteado mais aerodinâmico. Ainda não sugerimos isso ao Tadej...".
É a namorada que lhe faz o corte
Tadej Pogacar é o ciclista mais bem pago da atualidade, mas não é no cabelo que gasta o dinheiro. Em conversa no Twitter, a sua namorada, Urska Zigart, eslovena de 25 anos que também é ciclista profissional, revelou: "Sou eu que o corto muitas vezes". Por acaso não o fez no início do Tour - "foi o fotógrafo dele", explicou - e o cabelo estava... grande e desordenado fora do capacete.