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Roberto Pfeil / AFP
Morte de jornalista polaco durante a final da Liga dos Campeões originou gestos inéditos de fair-play dos técnicos de Magdeburgo e Kielce
Decorria a segunda parte da final da Liga dos Campeões quando o jornalista Pawel Kotwica, que estava atrás do banco do Kielce, equipa que regularmente acompanhava, sofreu um enfarte e acabou por falecer. A partida esteve interrompida 15 minutos, para lhe ser prestada assistência no local - seria transportado para o hospital alemão de Colónia, onde foi declarado o óbito -, e durante esses momentos dramáticos a atitude dos treinadores de Magdeburgo e Kielce foi notável.
"Aproximei-me do Talant e disse-lhe: 'Vamos acabar o jogo. Há coisas mais importantes que o desporto. Nós aceitamos o resultado'. Aparentemente, eles recusaram", contou Bennet Wiegert ao "Bild". O Kielce vencia 22-21 e o treinador alemão confirmou que estava "a dizer-lhe que eles ganhariam a Liga dos Campeões".
Talant Dujshebaev, técnico dos polacos, teve uma resposta à altura: "Concordo consigo, bravo. Mas não reconheço a nossa vitória. Só acabamos o jogo se não houver vencedor".
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A conversa, à frente dos árbitros e do delegado da Federação Europeia de Andebol (EHF), acabou por não ter resultados práticos. Ainda sem se saber que o jornalista falecera, a partida foi retomada e o Magdeburgo venceu, no prolongamento, por 30-29.
Foi o primeiro título na Champions para Wiegert, antigo internacional alemão que está a fazer uma carreira ímpar como treinador. Aos 41 anos, já levou o Magdeburgo a conquistar duas vezes o título mundial (Super Globe), uma Liga Europeia e tornou-se agora no quinto treinador a ganhar a Champions depois de o ter feito como jogador - os anteriores foram Filip Jicha, Talant Dujshebaev, Antonio Carlos Ortega e Roberto Garcia Parrondo. Até agora só perdeu uma final, a da Liga Europeia do ano passado, para o Benfica.
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