João Rodrigues acredita que a juventude pode ser importante para a decisão desta edição especial da Volta a Portugal.
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A juventude de João Rodrigues poderá beneficiar o ciclista da W52-FC Porto na edição especial da Volta a Portugal, com o algarvio a destacar os exemplos internacionais para justificar a sua premissa.
"A fase inicial desta Volta a Portugal é bastante dura. Temos logo um prólogo que, apesar de curto, é duro. Depois temos a chegada a Santa Luzia, que faz sempre algumas diferenças, temos a Senhora da Graça, que já nos habituou àquele espetáculo todo, depois Viseu e é logo a Torre. As primeiras etapas são logo duríssimas, e não sei se vai ser aí a decisão da Volta a Portugal, porque até Lisboa vamos ter algumas etapas que poderão surpreender", começou por avaliar o campeão em título.
Para João Rodrigues, não é "por ter menos dias" que a edição especial da prova rainha do calendário nacional, que começa no domingo, em Fafe, e termina em 5 de outubro, em Lisboa, "não é tão dura", inclusive porque os ciclistas não vão ter nenhum dia de descanso. "Aliás, só vamos ter menos dois dias, e tirando só esse dia de descanso, vai ser a mesma coisa", considerou.
Em entrevista à agência Lusa, o dorsal número 1 disse não saber se a classificação final ficará definida na Torre, ponto final da quarta etapa, lembrando que, uma vez que o pelotão tem poucos dias de competição devido à suspensão da temporada motivada pela pandemia de covid-19, o desfecho da corrida "é uma incógnita muito grande".
"Se calhar, há atletas que estão mais bem preparados do que outros, há atletas que precisam de muitos dias de competição para estar a um bom nível, há outros que precisam de poucos dias para estar a andar bem. Isso pode fazer a diferença", estimou.
Questionado sobre em que categoria se inclui, o algarvio, de 25 anos, sorriu e disparou: "Felizmente, ainda sou novo".
"Se calhar é por isso que não preciso assim de tantos dias. Aqueles atletas mais velhos é que precisam de mais horas de treino, mais horas de competição para o motor começar a trabalhar bem. O meu está ainda um bocadinho a gasolina, desenvolve mais rápido, e então... estou numa boa forma, fiz um bom trabalho até aqui, agora é tentar meter em prática", acrescentou.
O corredor da W52-FC Porto defendeu que "é notório" que os ciclistas mais jovens estão a andar muito bem nesta retoma da temporada, como se viu na Volta a França, conquistada pelo esloveno Tadej Pogacar, agora com 22 anos.
"Este ano, os atletas mais jovens têm-se destacado bastante, não sei se isso vai ter influência na pandemia ou não, porque, se calhar, houve pessoas que treinaram menos e houve outras que treinaram demais, e agora estão em fadiga e, se calhar, por serem atletas mais jovens, mais rapidamente se metem a andar. Não sei se será por isso ou não, mas que faz algum sentido, faz", vincou.