Morte de Gunter Parche, o fanático mais perigoso que ficou "famoso" depois de atacar a jogadora de ténis, Seles, com uma faca durante um jogo na Alemanha, devido à rivalidade com Steffi Graf
Corpo do artigo
O homem que a 30 de abril de 1993 invadiu um "court" em Hamburgo para atacar a tenista Monica Seles, Gunter Parche, morreu aos 68 anos.
A morte de Parche foi em agosto de 2022, mas só agora foi tornada pública.
A história começou em abril de 1993 num jogo que opunha Magdalena Maleeva e Monica Seles, a contar para os quartos de final de um torneio de ténis na Alemanha. No intervalo, quando Seles estava a ganhar por 6-4 e 4-3, ouviu-se um grito da jogadora depois de Parche, homem loiro de 38 anos na altura, entrar pelo court, agarrá-la pelas costas e apunhalá-la com uma faca de 23 centímetros.
I was in sekolah rendah back then when Monica Seles was attacked on-court in the middle of a match with Magdalena Maleeva on April 30, 1993. An obsessed fan of Seles" rival Steffi Graf stabbed Seles in the back with a 9-inch long knife as she was sitting down between games. pic.twitter.com/mHpQ3Fq5bl
- myD, Taiteh & Choè (@azmilwhoruns) February 11, 2023
O homem tentou dar uma segunda facada, mas foi impedido pelos seguranças. Seles ficou lesionada e não conseguiu terminar o jogo, já Parche foi preso.
Na altura foram excluídas as razões políticas, mas rapidamente ele confessou que o seu fanatismo e amor por Steffi Graf o tinha levado a ter raiva contra Seles.
De facto, Seles, de apenas 19 anos, era a número um do ténis, e dividia a liderança com a alemã Graf de 22 anos, mas na altura do ataque Seles já a tinha ultrapassado. Parche não apreciou que Graf fosse segunda e decidiu atacar Seles de forma a que não conseguisse jogar mais, para que Graf voltasse ao primeiro lugar.
A polícia investigou a casa onde morava e encontrou vários indícios da sua obsessão, o seu quarto estava cheio de fotos e vídeos das vitórias de Graf. Foi ainda revelado, anos mais tarde, que Parche chegou a enviar várias cartas anónimas, até com dinheiro, à alemã. Numa delas, declarou: "Ele andaria no fogo para ela, ela é uma criatura sonhadora cujos olhos brilham como diamantes e cujo cabelo brilha como seda."
Depois disso, Parche recebeu apenas uma pena suspensa de dois anos, da qual Seles ainda recorreu para obter um novo julgamento, mas sem sucesso.
O advogado de Parche argumentou que o seu cliente sofria de uma deficiência intelectual e que sua intenção era apenas aleijar Seles para que ela não pudesse jogar por algum tempo.
A jogadora, indignada com a situação, tinha afirmado: "Ele volta à vida dele, enquanto eu ainda não posso, porque estou a recuperar do ataque que me poderia ter matado. Parece que as pessoas esqueceram que esse homem me atacou intencionalmente e que não foi punido".
Este ataque acabou por traumatizar Seles, que, embora tenha conseguido ultrapassar os seus medos e voltar a jogar, não conseguiu recuperar a regularidade e o nível de antes, embora tenha vencido o Open da Australia de 1996. Conquistou o bronze olímpico em duplas pelos Estados Unidos em 2000 e jogou oficialmente até 2003, quando uma lesão a levou a desistir da Austrália. Seles anunciou a sua retirada em 2008. No total, ganhou nove Slams.
Já a vida de Parche, que sempre se recusou a falar em público sobre o atentado, terminou em solitário até acabar numa casa de repouso alemã localizada na cidade de Nordhausen, onde passou os últimos 14 anos de vida.
De acordo com o jornal Bild, Parche morreu depois de ter sido encontrado inconsciente, com causa da morte natural, no seu quarto.
16262828
16260485