"O COI não é favorável a que os atletas passem à frente nas filas de vacinação"
Sobre a possível vacinação de atletas e restantes comitivas nacionais, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que existem outras prioridades
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O Comité Olímpico Internacional (COI) reiterou a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, adiados para este verão, e pediu "paciência e compreensão" quanto às condições em que vai decorrer devido à pandemia de covid-19.
"Estamos totalmente concentrados e comprometidos com a realização segura e bem sucedida dos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, a partir de dia 23 de julho, e a partir de 24 de agosto os Jogos Paralímpicos", afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, numa conferência de imprensa "online" após a reunião, por via telemática, do Comité Executivo do organismo.
Sobre a possível vacinação de atletas e restantes comitivas nacionais, Bach quis deixar claro que o COI defende que "não é favorável a que os atletas passem à frente nas filas", colocando profissionais de saúde, trabalhadores prioritários e pessoas de risco à frente.
"Cada governo decide quem tem acesso à vacina nos respetivos países. Pedimos aos comités nacionais que contactem os Governos para discutir qual será a altura apropriada para dar aos atletas acesso à vacinação, respeitando as prioridades", esclareceu.
O objetivo é "organizar os Jogos, e não cancelá-los", pelo que não respondeu a uma questão de um jornalista japonês sobre os critérios para um possível cancelamento, dizendo que não quer "destruir o sonho olímpico de nenhum atleta" e pretende "manter a lutar contra o vírus".
"Por favor, aceitem e entendam que é preciso paciência", insistiu.
Questionado sobre as sondagens que apontam uma opinião pública desfavorável à realização do evento no Japão, e às notícias que especulam sobre um cancelamento para breve, Thomas Bach disse empatizar com as preocupações.
"Entendo quem tem dúvidas sobre os Jogos, quando estão confinados, sem saber se podem ir a um restaurante ou ver a família. Nestas circunstâncias, é extremamente difícil imaginar uns Jogos. Mas a responsabilidade do Governo e do COI é olhar para além desta situação", atirou.
Escusou-se ainda a "dar a garantia" da presença de público, porque "a prioridade são uns Jogos seguros", e reiterou as medidas já anunciadas e consideradas, como a redução de atletas na cerimónia de abertura e na de encerramento e a redução do tempo de permanência na Aldeia Olímpica.
O diretor desportivo do COI, Kit McConnell, revelou ainda que estão já apurados 61% dos atletas para Tóquio2020, quando estavam 57% aquando do adiamento da prova para este ano, e esse número "está a aumentar", com 15% do que ainda falta a ser feito por "ranking".
O líder do COI falou ainda sobre Pequim2022, elogiando as "preparações técnicas excelentes" e as "medidas muito apertadas" para controlar a pandemia tomadas pelo Governo chinês, que vão permitir "participar nos eventos de teste" para os Jogos de inverno, em fevereiro do próximo não.