Britânico Tao Geoghegan Hart pode novamente ter estatuto de líder na Ineos e junta-se aos rivais de João Almeida. Para recuperar dos problemas físicos, tem treinado menos e mantém-se fiel ao ativismo político e aos hábitos vegetarianos.
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Tao Geoghegan Hart ganhou duas etapas e confirmou a vitória na geral da Volta aos Alpes. O britânico, agora com 28 anos, foi uma verdadeira afirmação no Giro de 2020 e ganhou a camisola rosa. Na altura, corria como escudeiro de Geraint Thomas, mas beneficiou da queda do colega para aparecer e conquistar uma Grande Volta. Desde 2020 foi sempre apontado a líder, mas nunca mais se encontrou. Viveu anos difíceis, com problemas físicos, e recorreu a vários especialistas para identificar o que se passava.
Não tinha vencido até à jornada 4 da Comunidade Valenciana e juntou agora dois triunfos nos Alpes e a geral individual. Vai arrancar a Volta a Itália como um grande candidato dentro da Ineos, mesmo que os britânicos levem Geraint Thomas, muito mais apto à geral tendo em conta os vários contrarrelógios. "Ganhei a prova e não vivi momentos de grande stress. Sinto-me bem, não fui ao meu limite e isso ainda dá mais confiança", salientou ao CyclingNews antes de rumar a Andorra, onde vai descansar até ao Giro.
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O segredo para o sucesso, diz, tem sido o descanso. Menos séries na bicicleta, melhor trabalho de recuperação. "Tenho ouvido o meu corpo. Foco-me em recuperar e faço as séries que tenho de fazer", disse o ciclista de 28 anos, que não tem contrato para 2024. "Não preciso de andar a provar que sou capaz, quem me conhece sabe que eu dou a volta às coisas", detalha, sem embandeirar em arco perante Evenepoel (Soudal Quick Step), Roglic (Jumbo-Visma) ou ante o próprio colega, Thomas: "A Ineos é uma grande equipa e vai sempre para ganhar, mas o Giro é uma grande corrida. São nove dias iniciais muito difíceis e uma semana final com três etapas com mais de 5000 metros de acumulado. É preciso estar fresco."
Foi assim que, em 2020, conquistou o mundo, gerindo a forma física para atacar no dia decisivo com Rohan Dennis a liderança que era de João Almeida, português que terminou em quarto esse primeiro Giro. O português e Tao vão reencontrar-se no Giro: são amigos e partilham o empresário português João Correia, celebrando os três juntos o momento do britânico no Giro de 2020. Tao é ainda conhecido pelo seu ativismo político, pela defesa dos animais e também pelo apreço aos hábitos vegetarianos. Além de ter praticado futebol até aos 12 anos, como guarda-redes, marca presença frequente nos jogos da namorada, Carlotte Wubben-Moy, atleta que representa o Arsenal. Foi o quinto britânico a ganhar uma Grande Volta e mantém-se como um dos mais cotados ciclistas do pelotão.
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