"O basquetebol do FC Porto está vivo e com a união que se viu entre todos..."
Miguel Queiroz, capitão do FC Porto que venceu a Taça de Portugal, foi o MVP da final, mas ficou insatisfeito
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Miguel Queiroz, incontestado capitão da equipa de basquetebol do FC Porto, clube em que está a cumprir a 12.ª temporada consecutiva, ergueu anteontem a 16.ª Taça de Portugal dos azuis e brancos, tendo sido o MVP da final - 20 pontos, 12 ressaltos, três assistências e três roubos de bola. Mas, nem assim, ficou totalmente satisfeito. “Sabia que tinha feito um grande jogo, mas sou o tipo de jogador que se lembra logo que falhou um lançamento no início e, depois, outro em um contra um com o poste [Ludgy Debaut]. São essas as primeiras coisas que me vêm à cabeça e contra mim falo, porque às vezes sou demasiado duro comigo. Acho que ainda podia ter jogado melhor, mas ganhamos e isso é o que interessa”, explicou, mantendo-se no tema: “Finalmente o meu trabalho foi recompensado. Eu não conto os pontos, mas tinha a noção de que poderia tocar-me. Também fiquei feliz por ser um jogador português a levar o MVP e, sinceramente, acho que mereço muito.”
“O basquetebol do FC Porto está vivo e, com a união que se viu entre todos em Matosinhos, está muito mais forte”, disse o poste de 33 anos sobre a conquista dos dragões, depois de uma final-four em que passaram por Benfica (94-84) e Sporting (94-73). “Nesta altura, somos a equipa que melhor joga basquetebol em Portugal, mas isso é agora, atenção. Não significa, portanto, que para a semana continuemos a ser. Temos de ter muito cuidado com isso, porque as outras equipas vão querer trabalhar ainda mais e melhor para alcançar o nível em que estamos ou ainda mais alto”, alertou Queiroz.
“Sentimos um grande calor dos adeptos e isso é muito importante para nós, quero agradecer-lhes, deixar-lhes um grande obrigado, porque com esta união também estamos mais perto de ganhar. E naquele pavilhão, que tem as bancadas grandes e quase não havia espaço livre, nem parecia Portugal, parecia estarmos numa Sérvia; foi esse o ambiente que os adeptos criaram. Espero que agora passe para o nosso pavilhão, para o Estádio do Dragão e espero que o FC Porto tenha muito sucesso”, desejou Miguel Queiroz.
Paragens são prejudiciais
“Já tivemos más experiências ao estarmos parados, como em Guimarães, este ano, cerca de 40 minutos, em que estávamos a ganhar por dez e perdemos no prolongamento”, comentou Miguel Queiroz a propósito da interrupção do jogo com o Sporting devido ao estilhaçar de uma tabela. “Não podíamos estar a aquecer os 36 minutos, porque íamos ficar exaustos, mas também não podíamos ficar parados. Não há nenhum estudo que diga o que fazer, não podemos arrefecer completamente, é preciso tentar estar equilibrado. É uma situação péssima para os atletas”, afirmou.