Tenista português falou a O JOGO na ressaca do US Open que o levou ao top-30 mundial. Disse ter saudades de estar na Seleção que joga na Noruega
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De bem com a vida e ainda melhor na atividade profissional, Nuno Borges já teve tempo para respirar de alívio, ultrapassada a proveitosa campanha norte-americana, e é em Bekkestua, a 11 quilómetros de Oslo, que prepara mais uma atuação na Taça Davis. Conversar com o Lidador por estes dias tem como chamariz o 30.º lugar no ranking ATP que ocupa desde segunda-feira.
O Lidador saiu de Nova Iorque com a cotação em alta, sabe que a pode fazer subir, não correndo contra o tempo e um objetivo de cada vez. O desta semana é ajudar Portugal a vencer na II Divisão da Taça Davis.
“Sou o primeiro a reconhecer o quão surpreendido estou com o meu ranking”, assumiu ao nosso jornal, clarificando que nada acontece por acaso. “Aumentei muito as expectativas, mas fui procurando-as passo a passo, para que coisas boas fossem acontecendo, pensando jogo a jogo, torneio a torneio e, de repente, faço parte do top-30”.
Concentrado na eliminatória com os noruegueses, o maiato não pensa, para já, na série de três torneios que se seguem na Ásia. Não tendo pontos a defender, traçou os planos e deu uma novidade: “Não devo ir ao primeiro, em Chengdu [China], por ser logo a seguir à Taça Davis, mais por uma questão de gestão de cargas, estando a ter um ano muito longo e o US Open foi desgastante”.
“É difícil apontar a metas ou números, mas quero subir mais posições”
O ATP500 de Tóquio e o Masters 1000 de Xangai serão os palcos onde tentará subir ainda mais na hierarquia mundial. “Sinto-me confiante, sinto-me numa boa fase, sei que posso ganhar um ou mais encontros, já lá estive no ano passado e gostei das condições, mas espero fazer melhor do que nessa primeira passagem”, antecipou. Quanto ao ranking, considera “difícil estabelecer metas e números”, lutando, isso sim, por “subir algumas posições”, lembrando: “Se não for agora, irei mais tarde à procurar de o fazer”.
A nostalgia e a ansiedade de fazer parte da Seleção que reconforta
A primeira questão colocada a Nuno Borges teve uma resposta que nem todos esperavam. Como é vir do intimidante Arthur Ashe Stadium para uma reunião de família, como é a Seleção Nacional?
“É ótimo estar na Seleção, vindo da experiência stressante no maior estádio do mundo”
A reação foi pausada: “É uma sensação de alívio. A minha experiência no maior estádio de ténis do mundo foi muito stressante, sempre com bastantes dificuldades, sempre desconfortável e aquela grandeza pôs-me muito pouco à vontade. Ainda por cima, a defrontar um adversário [Medevdev] que causou muitos problemas do início ao fim. Como adoro estar aqui [Oslo] com a equipa, sinto-me super confortável, está a fazer-me mesmo bem passar bons momentos com eles, e temos saudades e ficamos ansiosos por estas reuniões na Taça Davis”.