Nuno Borges aprendeu que querer muito o pode levar mais longe
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Nuno Borges aguentou-se ao máximo, mas acabou derrotado por Frances Tiafoe, um tenista "muito completo", na segunda ronda do Estoril Open, torneio em que aprendeu que demonstrar que quer muito ganhar pode 'intimidar' o adversário.
"Aguentei-me, aguentei-me, aguentei-me e senti que, de alguma maneira, ele estava a pôr muita pressão em cima de mim. Eu fui aguentando e, quando ele descolou e levei o "break" no início do terceiro set, foi muito difícil conseguir acompanhar", reconheceu o tenista português, considerando que, "no geral", foi um "bom encontro".
O número dois nacional e 131.º jogador mundial, que recebeu um wild card para disputar o quadro principal de singulares, deu luta ao quinto cabeça de série, mas acabou derrotado por 7-6 (7-4), 4-6 e 6-0, em uma hora e 57 minutos, no "court" central do Clube de Ténis do Estoril.
"Acho que o terceiro set foi um acumular de tudo o que se passou no encontro. Penso que a minha oportunidade foi ali mais naquele primeiro set. Senti-me a duvidar mais um bocadinho, até nem estava à espera de conseguir o segundo set depois de ter perdido aquele set difícil", confessou, em conferência de imprensa.
Para Borges, o "segredo" do desfecho do encontro esteve mesmo no primeiro set, em que Tiafoe cometeu alguns erros e "quase" aproveitou.
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"Ele esteve bem e, às vezes, até nem fui eu que errei, foi ele que serviu bem e jogou bem a primeira bola. No tie-break, acontece muito o jogo virar e ele esteve muito bem, foi muito limpinho", avaliou.
No primeiro frente a frente com um tenista do "top 30" mundial, o maiato de 25 anos não viu "claramente algo escandalosamente diferente" no 29.º classificado da hierarquia ATP.
"É mais um jogador, não é só um qualquer. Ele estava muito confortável no jogo e senti que podia cometer erros, estava fora, estava dentro, mas mantinha-se em jogo e estava muito confortável com o estádio cheio a apoiar-me a mim. Acho que é mais por aí... O nível, sem dúvida, é altíssimo. Em alguns momentos, eu não tive hipótese. Serve muito bem, é um jogador muito completo. Mesmo assim, senti que podia ter feito ali um bocadinho mais", estimou.
Ainda assim, Borges concedeu que talvez esteja "a pedir muito" de si. "No geral, tenho de estar contente, fiz uma boa exibição e um bom torneio de singulares", completou.
Dois dias depois de declarar sentir-se capaz de "ganhar, se não a qualquer um, a quase qualquer um", o jovem português aventurou-se a apontar essa confiança como o segredo para a sua recente e fulgurante ascensão.
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"[Aprendi], de uma maneira mais genérica, que estar sempre muito positivo e mostrar que quero muito me dá jogos de borla. Não é jogos de borla... de certa maneira, dá-me jogos que não esperaria conseguir ganhar só por estar lá e mostrar que quero. Isso, se calhar, faz duvidar o meu adversário um bocadinho mais", defendeu.
Eliminado na segunda ronda pelo segundo ano consecutivo, o número dois nacional também sai do Estoril Open com "muita coisa técnica" aprendida, na senda do que vem acontecendo nos últimos torneios que disputou.
"É muita coisa e não quero estar aqui a mostrar as minhas vulnerabilidades", brincou aquele que foi o último "resistente" português no quadro de singulares desta edição do Estoril Open, que decorre até domingo, no Clube de Ténis do Estoril.