"Ninguém vai para dentro do campo com um cartaz a dizer qual é o ranking em que jogamos"

Mário Gomes (Créditos: EPA)
Declarações no final do encontro Portugal-Letónia (62-78), da quarta jornada do Grupo A do Campeonato da Europa de basquetebol de 2025, disputado hoje na Xiaomi Arena, em Riga, na Letónia
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Mário Gomes (selecionador de Portugal): "Independentemente do resultado de hoje, nós teríamos de ganhar o jogo de quarta-feira. E, portanto, este jogo não tem consequências nenhumas a esse nível. Julgo que, se tiver algumas consequências, espero que sejam positivas, que nós percebamos o que é que mudou da primeira para a segunda parte, para sermos uma equipa na primeira parte e outra completamente diferente na segunda. Fizemos uma muito má primeira parte, especialmente a defender a bola. Defendemos muito mal o atacante com bola. Algumas vezes estávamos, inclusivamente, em quadrados e não atacámos a bola. Como eu costumo dizer, defendemos com os olhos e com os olhos não se defende. E, nessa altura, a Letónia marcou todos os lançamentos. Isso abriu uma diferença e, depois, é muito difícil jogar contra uma equipa que é mais forte do que nós, porque essa é outra questão que é bom ter em conta. Eu sei que o ranking não joga, ninguém vai para dentro do campo com um cartaz a dizer qual é o ranking em que jogamos, mas é um facto que nós jogámos fora contra uma equipa que é a número nove do mundo e nós somos a 56. Isto não justifica nada, mas é uma realidade. E defendendo como nós defendemos na primeira parte, especialmente a bola, o atacante com a bola, e fazendo as percentagens de lançamentos que fizemos na primeira parte - ao intervalo tínhamos 40% de 2 pontos e 15% de 3 pontos -, a este nível, não é possível ganhar. Depois, foi correr atrás do prejuízo. A equipa conseguiu reagir, mostrou capacidade de reação, insatisfação, disposição para ir à luta. Melhorámos fundamentalmente na defesa, marcámos mais uns ‘tiros’ na segunda parte, se bem que não tenhamos feito as percentagens que temos que fazer para normalmente ganhar em competições destas. Melhorámos alguma coisa, fundamentalmente na defesa, e, a partir da defesa, conseguimos gerar coisas no ataque e também mudar a disposição mental da equipa, que estar a ser castigado na defesa consecutivamente em todos os ataques com ‘triplos’ atrás de triplos não mata mas mói”.
Rafael Lisboa (jogador de Portugal): “(O que temos de fazer para nos qualificar?) Eu acho que olhar para o ranking nesta altura não importa, eles já fizeram jogos neste campeonato de muito bom nível, por isso vai ser um jogo complicado para eles e complicado para nós. Nós sabemos das armas deles, eles sabem das nossas e acho que vai ser um bom jogo. É uma final para as duas equipas, por isso vai haver, se calhar, algum nervosismo, alguma ansiedade de querer ganhar, mas eu acho que vai ser um bom jogo e nós vamos estar preparados para ganhar, com certeza”.
Miguel Queiroz (capitão de Portugal): "Foi um segundo período fatal para nós. Fizemos um bom primeiro período, em que competimos, fizemos uma segunda parte boa, muito boa, mas, infelizmente, no segundo período não conseguimos estar ao nosso nível, ao nível que queríamos estar. Mas, fica, mais uma vez, a resposta da equipa. Entrámos bem na partida, veio um mau momento, que é o segundo período, e reagimos na segunda parte. E é a isso que eu me quero agarrar, à reação que a equipa teve na segunda parte. No jogo anterior não conseguimos reagir e neste já conseguimos, portanto que essa reação nos permita entrar nesse jogo ainda mais confiantes e com a noção que é uma final para ganhar e atingir o nosso objetivo, que é o que queremos. É uma final para nós e para eles. Quem ganhar, passa, quem perder, vai para casa. Vai ser um jogo difícil para nós e vai ser um jogo difícil para eles. Acredito muito que esta equipa merece avançar na competição. Eles, provavelmente, também acreditam que merecem, pelo que vai ser uma final e as finais não se jogam, ganham-se”.
Vladyslav Voytso (jogador de Portugal): “Agora, se quisermos avançar na competição, não nos resta outra alternativa do que ganhar à Estónia [na quarta-feira] e é esse o nosso objetivo. Portanto, 100% focados no jogo com a Estónia. O jogo de hoje foi o culminar de muitas coisas positivas que eles fizeram e nós algumas menos boas. No final, sinto que o resultado é um bocado enganador, porque nós podíamos ter encurtado mais a diferença no final. É uma competição com uma fase de grupos longa, com seis equipas, e em todos os jogos tentamos melhorar. Não tem sido o nosso caso, mas a competição ainda não acabou e queremos avançar. E 100% de certeza que para a Estónia vamos estar melhor do que nos dois últimos jogos”.

