"Neemias Queta mostrou mais do que suficiente para justificar a chegada à NBA"

Escolhido em 39.º lugar no Draft do ano passado por Sacramento, tornando-se o primeiro português da história a chegar à NBA, Neemias Queta concluiu a primeira temporada com um saldo de 15 partidas jogadas (quatro vitórias e 11 derrotas), totalizando 120 minutos e 45 pontos (médias de 8,6 e 3,2, respetivamente).

Os números podem parecer irrelevantes, mas, para Miguel Minhava, o poste português "valorizou todos os minutos que teve". "Mostrou mais do que suficiente para justificar a chegada à NBA e para ter mais minutos no futuro. Justificava mais utilização já nesta época e este é o melhor elogio que se pode fazer. Na estatística, há a questão dos +/-, quando o jogador está em campo. Quase sempre ele teve esse registo muito positivo. Normalmente a presença dele foi sinónimo de um bom desempenho da equipa", destaca a O JOGO o comentador da Sport TV, enaltecendo-lhe "a capacidade de intimidação, de finalizar bem debaixo do cesto, de ressaltar e a força mental" e lembrando que "há jogadores que estão num patamar muito elevado na NBA, mas, quando chegaram, também não tinham muitas oportunidades".

Ainda assim, o antigo internacional lamenta "a gestão pouco coerente" dos Kings, por, não raras vezes, o gigante do Vale da Amoreira ter sido convocado, acabando por não jogar nem na liga norte-americana, nem na equipa secundária da G-League, onde fez 25 jogos em 50 possíveis.

"Muitas vezes, olhávamos para os disponíveis, havia lá quatro ou cinco postes e sabíamos que ele era quase último na hierarquia. Mais valia estar com os Stockton Kings", constata o também treinador, deixando um exemplo. "Há 15 ou 20 jogos que se percebeu que Sacramento não ia chegar ao play-in e eles não tiveram a capacidade de meter jogadores, nomeadamente o Neemias, a jogar mais tempo. Houve outras equipas que o fizeram. Nos Detroit Pistons, o Luka Garza, que foi escolhido no Draft atrás do Neemias [n.d.r.: 52], fez quase 40 jogos. O Neemias podia ter um registo desses se a equipa tivesse pensado mais no futuro. Foi uma pena. Mas no que ele podia controlar, quando foi para dentro de campo, esteve bem", realça Minhava.