De novo com os olhos postos no português, o primeiro de sempre a jogar na NBA,a 77.ª edição da liga norte-americana arranca esta terça-feira
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A 77.ª edição da NBA começa esta madrugada com dois pratos fortes - Philadelphia visita Boston (vencedores de Este em 2021/22) e Golden State recebe os anéis de campeão na presença dos Lakers -, mas o público português está virado para a noite de amanhã, quando Neemias Queta iniciar a segunda temporada na liga norte-americana, na receção de Sacramento a Portland (3h00, SportTV1).
Primeiro português da história a atingir este patamar, escolhido no Draft de 2021 em 39.º lugar, o poste luso fez um novo contrato "two-way" (duas vias) com os Kings, podendo dividir-se entre a formação principal e a satélite (Stockton), tal como acontecia no ano passado. "Quero mostrar o que melhorei no verão", estabeleceu o gigante do Vale da Amoreira no "media day" dos californianos, já depois de ter estado em Portugal ao serviço da Seleção Nacional, provocando uma autêntica romaria de fãs, que o quiseram ver ao vivo em Odivelas.
Com um total de 15 jogos, 120 minutos e 45 pontos feitos na temporada transata, marcada por uma gestão duvidosa do interino Alvin Gentry, que o convocava, mas não lhe dava os prometidos "minutos de qualidade", o principal desafio de Queta é entrar em definitivo na rotação da equipa, onde tem Domantas Sabonis, Richaun Holmes e Alex Len como concorrentes na posição.
Poste luso cumpre o segundo contrato "two-way" em Sacramento, que procura quebrar o jejum de play-off. Na luta pelo título, Golden State tenta a revalidação, depois de uma crise de balneário.
A chegada do técnico Mike Brown, adjunto dos Warriors desde 2016, que já trabalhou com históricos como Gregg Popovich e Rick Carlisle e é adepto de um estilo mais defensivo, pode significar novas oportunidades para o português, utilizado em três dos quatro jogos dos Kings na pré-época (médias de 8,8 minutos, 2,7 pontos, três ressaltos, 1,3 assistências e um desarme de lançamento), mais do que na antecâmara de 2021/22. No entanto, uma passagem para os Stockton Kings, que se iniciam na G-League (liga de desenvolvimento) a 5 de novembro, deve ser esperada e encarada com naturalidade.
Candidatos, regressos e confusões
Se, em Sacramento, o objetivo é fugir a um recorde que ninguém quer - há 16 anos anos sem passar da fase regular - noutras paragens, sonha-se com o anel, existindo um lote alargado de equipas com, pelo menos, uma estrela que lhes dá aspirações. No entanto, há regressos de lesões ou escândalos a considerar. Nos LA Clippers, a volta de Kawhi Leonard e Paul George pode mexer com as contas da Conferência Oeste ("Prometi a mim próprio que traria um campeonato para aqui", disse o base), na qual o grande movimento do verão foi a chegada de Rudy Gobert a Minnesota. Os Lakers procuram redimir-se do fiasco que foi 2021/22 (ausência do play-off), com novo treinador e meia equipa reformulada, mas preservando Russell Westbrook ao lado de LeBron. Já Golden State vai à procura do segundo título seguido, quinto em nove anos, a braços com uma crise: Draymond Green agrediu o colega Jordan Poole num treino. "Esta é a maior crise que tivemos desde que treino aqui. É um assunto sério. Não somos perfeitos", comentou o técnico Steve Kerr. A Este, Brooklyn também anseia por estabilidade, tal como Boston (ver peças ao lado), enquanto os Milwaukee Bucks de Giannis Antetokounmpo dependem da recuperação de Kris Middleton. Miami e Philadelphia partem para mais uma caminhada, estes últimos agora com Joel Embiid e James Harden juntos desde o princípio da época.