
A nadadora portuguesa Ana Catarina Monteiro durante a prova de qualificação dos 200 metros mariposa dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, Japão, 27 de julho de 2021. A portuguesa de 27 anos avançou na qualificação ao conseguir o 14.º melhor tempo (2.11,45) na estreia em Jogos Olímpicos. JOSÉ COELHO/LUSA
LUSA
A Federação Portuguesa de Natação apresentou um balanço negativo da sua presença em Tóquio
Apesar do 11.º lugar de Ana Catarina Monteiro, apenas aquém dos resultados históricos de Alexandre Yokochi, a Federação Portuguesa de Natação apresentou um balanço negativo da sua presença em Tóquio, pois os restantes nadadores não atingiram os objetivos delineados e que, no total das provas de piscina, apontavam a um resultado dentro dos 11 primeiros, dois dentro dos 13 primeiros e três resultados dentro dos semifinalistas ou 16 primeiros.
O balanço é o seguinte:
"BALANÇO DA NATAÇÃO PURA EM TÓQUIO 2020
Finda a participação portugueses nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, é altura para a Direção Técnica da Federação Portuguesa de Natação fazer o balanço, relativamente à prestação dos nadadores.
Assim, o Diretor Técnico Nacional, José Machado, assenta a análise em duas vertentes distintas.
A primeira salvaguarda que:
"A desilusão só existe quando se cria uma Ilusão".
Os objetivos da participação estão publicados desde o inicio de 2020 e podem ser encontrados na página 44 do documento Plano de Alto Rendimento Natação Pura, onde se lê: 1 resultado dentro dos 11 primeiros. 2 resultados dentro dos 13 primeiros. 3 resultados dentro dos semifinalistas ou dezasseis primeiros. Obtenção das Marcas Alvo previamente definidas (Melhor resultado Época), e Integração PREPOL 2024.
Os objetivos eram realistas mas não foram atingidos. Com a concretização das melhores marcas pessoais seriam possíveis 3 classificações nos 16 primeiros; 2 dentro dos 13 primeiros e até uma nos 8 primeiros.
A natação não é uma modalidade desportiva com um grande número de fatores não controláveis mas a verdade é que a maioria dos nadadores não consegue chegar a este momento a nadar mais rápido do que alguma vez o fez. Queríamos inverter essa tendência e não conseguimos. Nas provas em que obtiveram o mínimo A apenas 1 em 7 nadadores o conseguiu fazer.
A segunda é a de perceber que:
"Tirar não é o mesmo que não dar".
As condições de participação nestes Jogos Olímpicos foram definidas e apresentadas logo no inicio de 2017. Só participaria quem cumprisse um dos mínimos definido na tabela 11 do já referido documento. Todos os nadadores aqui presentes cumpriram o requisito e foram por isso selecionados. Ninguém contestou a justeza do critério estabelecido e nem o COP nem a FPN foram consultados pela FINA no sentido de alargarmos a nossa participação a mais nadadores pois foram informados previamente destes critérios.
A estratégia definida pela direção da FPN foi a de envidar todos os esforços no sentido de proporcionar aos nadadores que cumpriram o critério de admissão, as condições de preparação que foram definidas pelos seus treinadores. Admite-se que as condições pudessem ainda ser melhoradas mas não houve nada do planeado que não tenha sido cumprido e o Comité Olímpico cumpriu na íntegra os planos de preparação que lhe foram propostos.
Não estando presente, por opção técnica e para permitir que mais um treinador acompanhasse a sua nadadora, observei com o máximo de atenção toda a competição até ao momento. Alguns dos melhores nadadores, todos eles já medalhados nestes Jogos Olímpicos Ariarne Titmus; Tom Dean; Fernando Scheffer; estando na melhor forma das suas vidas, nadaram o primeiro percurso da Estafeta de 4x200 em mais de um segundo acima do que o fizeram na prova individual. Este segundo faria a diferença entre a frustração e a glória.
A linha é ténue entre estes dois polos. As consequências destes resultados que foram diferentes do esperado serão avaliadas em tempo e local adequados."
