Nadadora venezuelana em Tóquio'2020 após anos de sofrimento: "Inevitável não chorar"
Paola Pérez, que ficou em 20.º lugar na prova feminina dos 10km em águas abertas, teve uma árdua caminhada até Tóquio'2020.
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Tóquio'2020 tem mais uma história de enorme superação para contar. Paola Pérez, nadadora da Venezuela que terminou a prova feminina de 10km em águas abertas no 20.º lugar, passou dificuldades para conseguir prosseguir a carreira e pensou no suicídio.
No final da prova, a venezuelana falou, emocionada, à comunicação social do seu país e mostrou-se orgulhosa com o trabalho realizado.
"Posso dizer que foi a época mais obscura da minha vida e à qual não penso voltar. A depressão e a ansiedade existem e cada um lida à sua maneira com os seus problemas. Eu descobri, graças à ajuda e ao apoio psicológico, que me faltava amor próprio para decidir aquilo que merecia, aquilo que queria e que necessitava. Nunca mais me vai faltar nada", referiu
"Falo disto porque é importante que as pessoas saibam que se pode sair da escuridão. Eu choro, porque é inevitável não chorar. Choro porque mais ninguém sabe o que vivi. Choro porque estou orgulhosa de mim, daquilo que sou agora e do que vem aí", acrescentou.
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Nos últimos anos, Paola Pérez viu-se obrigada a emigrar para o Chile, onde alugou uma piscina para treinar, visto que na Venezuela não tinha essas condições. Numa outra altura, participou numa prova no Peru, em que a Federação de Natação do seu país não forneceu o fato adequado para a competição, acabou por desistir por ter entrado em hipotermia.
"Depois de Lima (Peru), tive pensamentos suicidas. Hoje sinto-me feliz por ter superado esses momentos difíceis", afirmou naquela altura.
A nadadora teve também de criar um crowfunding para angariar fundos com o objetivo de continuar a competir.