
.Haven Shepherd, atleta paralímpica norte-americana
AFP
Pais biológicos da norte-americana Haven Shepherd puseram fim à própria vida e tentaram levá-la consigo. Espécie de milagre aconteceu e agora mostra-se como inspiração
Com 14 meses de vida, Haven Shepherd, nadadora por agora a preparar-se para competir nos Paralímpicos'2020, sobreviveu, como que por milagre, a uma ação de suicídio, com recurso a uma bomba, dos pais biológicos, que morreram no incidente.
Shepherd, que foi segurada ao colo pelos progenitores enquanto detonaram o explosivo no Vietname, preservou a vida, mas a então bebé ficou com as pernas gravemente feridas, o que obrigou à amputação das mesmas, abaixo dos joelhos.
"Há que ver o lado positivo da vida: sei que passei por circunstâncias muito más, mas saí delas e tive uma segunda oportunidade", regozijou-se a nadadora paralímpica de 18 anos, em entrevista publicada, esta quarta-feira, pela revista People.
Shepherd, poucos meses após escapar à morte, foi adotada por um casal norte-americano e mudou-se para Carthage, no Missouri, e integrou uma família com mais seis crianças. "Estou muito grata por me terem salvado, deram-me o mundo", notou.
Com amor e cuidado incondicionais, a nadadora paralímpica manteve-se, literalmente, de pé, numa prova cabal de resiliência. Após receber, a determinada altura, próteses para caminhar, Shepherd tornou-se nadadora, de tal qualidade que se tornou internacional.
Em busca, talvez, de medalhas nos Paralímpicos'2020, Shepherd pretende, sobretudo, demonstrar-se como um exemplo inspirador para aqueles que possam ter ficado reféns das barreiras provocadas por incapacidade física
"Adoro ter a oportunidade de poder mostrar que qualquer pessoa pode fazer literalmente o que quiser", vincou a nadadora olímpica que, em Tóquio, no mês de setembro, vai competir nos 100 metros costas e 200 estilos.
Tão resiliente como benevolente, Haven Shepherd assegurou que não detém ressentimentos pelo ato suicida perpetrado pelos pais. "É uma vida que nunca vivi e não recordo. Só perdi as pernas, podia ter perdido a vida", relativizou a atleta.
