Las Vegas está a receber uma competição controversa, patrocinada por um fundo de Donald Trump Jr. que dá um milhão de dólares por cada recorde
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Kristian Gkolomeev, grego de origem búlgara, nadou os 50 metros livres em 20,89 segundos, superando por 0,02 segundos o recorde mundial que pertence ao brasileiro César Cielo desde 2009, dando relevo aos “Jogos Melhorados”, eufemismo que designa uma controversa competição para atletas dopados a decorrer em Las Vegas.
O nadador de 31 anos, quinto na mesma prova nos Jogos de Paris (em 21,59s), começou a tomar substâncias proibidas em janeiro para “provar” que podia superar o recorde. Fê-lo num treino para Las Vegas e recebeu de imediato o prémio de um milhão de dólares que a organização entrega graças ao apoio de um fundo de Donald Trump Jr., filho do presidente dos Estados Unidos, e do bilionário Peter Thiel. Vencer uma prova sem recorde vale meio milhão de dólares (440 mil euros)
Os Jogos dos dopados têm ainda sprints de atletismo e halterofilismo, sendo criticados por todo o mundo do desporto.
“É um espetáculo de palhaços, perigoso e irresponsável”, lamentou Travis Tygart, líder da agência anti-doping norte-americana. “Trata-se de uma farsa extremamente perigosa”, apontou Brent Nowicki, diretor executivo da World Aquatics. Os responsáveis indicam que os corpos de alguns atletas nunca voltarão ao normal.
Gkolomeev não revelou os produtos que tomou e, sabendo que enfrentará uma suspensão, anunciou no início do ano que terminou a carreira oficial.