Houve quem tivesse ganho a prova e não tenha ido receber a medalha para "escapar" ao controlo.
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No passado fim de semana, na Índia, assistiu-se a um caso insólito dentro do desporto. Nos campeonatos regionais de Nova Deli, capital do país, mais de metade dos atletas que estavam inscritos nas provas de atletismo fugiram do estádio quando souberam da presença de agentes da autoridade antidoping.
Na prova dos 100 metros, apenas um atleta competiu, sendo que os outros foram todos embora, numa situação absolutamente surreal. Já nos 3 000 metros obstáculos, a atleta vencedora acabou a prova e foi embora do estádio para evitar os controlos antidoping posteriores à corrida.
Estas incidências surgem no seguimento de algo também bizarro. No sábado, começou a circular um vídeo no qual era possível ver-se um elevado número de seringas numa das casas de banho do estádio, que era utilizada pelos atletas. Ao ficar a par disto, a Agência Nacional de Antidopagem foi averiguar o que se passava e, quando chegou ao palco da prova, ficou surpreendida com todo o cenário acima descrito.
"Tínhamos oito finalistas nas finais das provas de pista, mas apenas três ou quatro apareceram. É este o estado das coisas. Na prova de obstáculos em juniores, uma miúda continuou a correr depois de cruzar a linha de meta. O agente da autoridade antidopagem teve de correr atrás dela para conseguir recolher a amostra", garantiu um treinador que estava presente nos campeonatos, citado pelo "The Indian Express".
Tal como já foi referido, na final dos 100 metros, Lalit Kumar acabou por vencer sem concorrência. Os restantes atletas desistiram da prova, alegando "cãibras" ou "dores musculares". Já na prova de sub-20, também nos 100 metros, apenas três finalistas apareceram para o arranque. No lançamento do martelo, em sub-16, apenas um atleta competiu. Por fim, até houve quem tivesse ganho e, por temer o controlo antidoping, nem tenha ido recolher a medalha.
Em relação ao que foi encontrado nas casas de banho, tratar-se-iam de seringas contendo vestígios de eritropoetina (EPO), substância dopante que, há alguns anos, esteve nas bocas do mundo por ter sido utilizada no ciclismo e que, agora, tem sido recorrentemente detetada no atletismo, especialmente no Quénia.
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